Corinthians teve um "Pato" de déficit nos primeiros seis meses do ano
O departamento financeiro do Corinthians previa chegar à metade de 2014 com superávit de R$ 4,1 milhões. Esse é o valor registrado no orçamento para este ano. Errou feio. De acordo com o balancete de junho, o mais recente, o alvinegro já acumulou déficit de R$ 41,3 milhões só nos primeiros seis meses. A quantia é semelhante ao montante desembolsado para contratar Alexandre Pato, que custou cerca de R$ 40 milhões e agora está emprestado ao São Paulo.
Quando o orçamento foi feito, o clube esperava fazer pelo menos uma grande venda para manter a rotina dos últimos anos de apresentar superávit. No orçamento está anotada uma receita de R$ 25 milhões em 2014 com a transferência de atletas. Foi pensando nessa verba que a direção de finanças calculou que o ano seria de um superávit de R$ 1,2 milhão.
A situação agora é crítica. O departamento financeiro pressiona a cúpula do futebol para gastar menos e negociar jogadores ou porcentagens deles.
Dos R$ 25 milhões em vendas previstos no orçamento alvinegro, a maior parte estava projetada para o segundo semestre. Nos seis primeiros meses do ano a previsão era de que entrassem nos cofres do clube R$ 12,5 milhões. A diferença até que não foi grande. Segundo o balancete de junho, o Corinthians recebeu R$ 10,7 milhões relativos a transferências.
O problema é que o clube gastou muito mais do que o planejado e arrecadou bem menos. Se o orçamento tivesse sido seguido à risca, o departamento de futebol teria arrecadado, descontados impostos, R$ 114,5 milhões até junho. Porém, os dados oficiais mostram que entraram nos cofres R$ 93,9 milhões liquidos. Só com patrocínios e publicidade, o departamento financeiro calculara que o faturamento até junho seria de R$ 37,6 milhões. Foi de R$ 29,3 milhões, pouco menos do que os R$ 30,1 milhões arrecadados nos primeiros seis meses de 2013.
Na outra ponta, as despesas operacionais do departamento de futebol, estimadas em R$ 94,5 milhões, foram de R$ 112,9 milhões até junho.
As diferenças entre os valores previstos e os registrados de fato é tanta que o Cori (Conselho de Orientação do Corinthians) recomendou ao vice-preisdente de finanças, Raul Corrêa da Silva, que faça uma revisão orçamentária e leve o documento para análise do Conselho Deliberativo.
Procurado pelo blog, Raul não quis dar entrevista. Porém, internamente, o dirigente tem dito a seus colegas de diretoria que o fato de existir um déficit de R$ 41,3 milhões não significa que esse valor é reflexo apenas de novas dívidas contraídas noss últimos seis meses. A quantia pode se referir também a gastos de anos anteriores, segundo essa justificativa.
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