Topo

Perrone

Corinthians não antecipa técnico, mas antecipa receita até de 2017

Perrone

29/10/2014 06h00

Mário Gobbi decidiu não renovar o contrato de Mano Menezes ao fim de dezembro e nem contratar outro treinador em respeito ao próximo presidente do clube. Tomou essa posição também em atenção ao próprio técnico, que poderia ser dispensado em fevereiro, quando seu sucessor na presidência será escolhido. Um interino comandará o time até o pleito. Porém, o mesmo raciocínio não vale para as receitas alvinegras. Quem for eleito para o cargo máximo do clube não terá em mãos a totalidade dos recursos gerados até 2017.

A informação foi dada pelo diretor de finanças Raul Correa da Silva ao ser sabatinado pelos conselheiros Luiz Sergio Scarpelli e Rubens Gomes em reunião do Conselho Deliberativo na última segunda.

Numa de suas respostas, Raul disse que o Corinthians antecipou R$ 70 milhões em receitas que entrariam no clube entre 2015 e 2017. De acordo com a direção, a antecipação foi inevitável (ao contrário do caso do treinador). Isso porque o dinheiro era necessário para pagar impostos e contratações, além de salários e direitos de imagem.

No primeiro semestre deste ano, o conselho autorizou a antecipação de até R$ 70 milhões. A diretoria, então, preferiu dividir o dinheiro em três anos a usar só recursos de 2015, o que sacrificaria mais a próxima temporada.

As principais fontes de receita são os contratos com a Globo, e a antecipação funciona assim: o Corinthians faz empréstimos em instituições financeiras e a emissora se compromete a repassar o dinheiro que seria do clube para elas.

Os dois conselheiros que fizeram os questionamentos demonstram preocupação com o fato de o próximo presidente ter à sua disposição menos verba para, por exemplo, contratar jogadores e pagar salários. Há o temor entre boa parte dos integrantes do conselho de que o nível do elenco para a próxima temporada desabe por causa da diminuição de receitas.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.