Prefeitura reforça queixa de cartolas contra 'caixa preta' do Itaquerão
A decisão da prefeitura de São Paulo de cortar o cerca de R$ 15 milhões em Cids (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento) para o Itaquerão deu força a diretores do Corinthians e conselheiros de diferentes correntes que reclamam de falta de transparência na gestão do estádio.
Eles afirmam que as contas da construção e a administração da arena viraram uma caixa preta guardada por Andrés Sanchez, responsável pelo estádio. O argumento agora é embasado pela análise da prefeitura para reduzir os Cids. A administração municipal avalia que Corinthians e Odebrecht comprovaram gastos de aproximadamente R$ 1 bilhão na construção. Para a prefeitura, o estádio custou R$ 675 milhões, quantia bem inferior ao valor estimado por clube e construtora. Conforme mostrou o UOL Esporte no último domingo, um dos motivos de diferença na conta é que a Odebrecht incluiu no valor total gastos com montagem do canteiro de obras, alojamentos para operários e área de convivência para eles.
Conselheiros e até diretores do clube reclamam que os contratados assinados durante a obra e para a manutenção do estádio não foram mostrados ao Cori (Conselho de Orientação) do clube e nem ao Conselho Deliberativo. Suspeitam que compras de materiais e contratações de prestadores de serviços foram feitas sem uma cuidadosa tomada de preço, o que pode ter encarecido o estádio.
Por sua vez, Andrés explicou ao UOL Esporte que realmente faltaram documentos a serem apresentados pelo clube, mas que a burocracia foi resolvida e que há a expectativa de conseguir a liberação dos R$ 15 milhões cortados pela prefeitura.
Por enquanto, o Ministério Público acompanha o caso pela imprensa. "Mas, dependendo de como terminar, isso pode virar objeto de uma ação na Justiça. Se for provado que a administração anterior da prefeitura calculou os Cids baseada num valor maior do que realmente custa o estádio, pode haver um processo judicial", disse ao blog o promotor Marcelo Camargo Milani. Ele já move uma ação contra a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab por entender que a liberação dos Cids para o Itaquerão foi irregular.
Pelo acordo inicial, o Corinthians tinha direito a até R$ 420 milhões em Cids, mas foi autorizada a emissão de R$ 405,2 milhões. Odebrecht e clube podem negociar os certificados com empresas que queiram usar os papéis para obter redução em seus impostos municipais. A venda dos certificados é fundamental para o alvinegro conseguir pagar seu estádio.
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