Em agosto, Corinthians arrecadou R$ 31,9 milhões a menos em relação a 2013
Nos oito primeiros meses de 2014, o departamento de futebol do Corinthians arrecadou R$ 31,9 milhões a menos do que obteve no mesmo período em 2013. Os números estão no mais recente balancete apresentado ao Cori (Conselho de Orientação) do clube.
A comparação ajuda a entender o frio na espinha sentido pelos cartolas corintianos quando olham para o calendário e calculam quanto precisam para pagar salários, direitos de imagem e 13º salário do time até o final do ano.
Em agosto de 2013, o alvinegro registrava uma receita operacional bruta (sem descontar impostos) no futebol de R$ 180.156.000. Nos oito primeiros meses de 2014, esse número caiu para R$ 148.188.000.
Entre os motivos para a redução de receitas, a direção aponta o jejum de títulos nesta temporada (as chances no Brasileiro são remotas), o fato de a renda dos jogos não entrar mais nos cofres do clube desde a inauguração da arena e a retração dos investimentos feitos por patrocinadores esportivos.
Uma das teses da diretoria é a de que time que não briga por títulos não vende produtos licenciados. A arrecadação com licenciamentos e franquias caiu de R$ 10,8 milhões até agosto ano passado pra R$ 6,9 milhões até o oitavo mês de 2014. Na arrecadação com a venda de ingressos, a queda foi de R$ 20,9 milhões para R$ 6,9 milhões. Desde que a equipe começou a atuar em Itaquera, o dinheiro passou a ser controlado pelo fundo que cuida do estádio e parte dele é reservada para o pagamento da obra a partir do ano que vem.
A receita com venda de jogadores despencou ainda mais. Até agosto de 2013 tinham entrado nos cofres do clube R$ 49,6 milhões. O mesmo período em 2014 registra arrecadação de R$ 19 milhões com transferências.
Os recursos gerados com premiações em campeonatos, loterias e programa de sócio-torcedor foram de R$ 4,2 milhões até agosto de 2014 contra R$ 7,7 milhões nos oito meses iniciais de 2013.
Por sua vez, a receita com patrocínio e publicidade subiu de R$ 35,1 milhões para R$ 40,5 milhões, mas o orçamento alvinegro previa que até agosto ela chegaria a R$ 50,1 milhões. Com cotas de TV, o faturamento cresceu R$ 10,7 milhões.
Já a despesa operacional do futebol corintiano caiu apenas R$ 418 mil em relação a agosto de 2013.
Apesar de as receitas definharem, o departamento financeiro apresentou ao Cori um balancete com superávit de R$ 416,3 milhões, pois incluiu nas contas o valor das cotas do clube no fundo que controla a arena, como mostrou o blog nesta sexta. Membros do órgão reclamaram da operação e pediram um novo relatório. O diretor financeiro Raul Correa da Silva, no entanto, alega que suas contas estão corretas. Sem as cotas, o resultado seria de déficit aproximado de R$ 45 milhões.
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