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Tite comandará atletas que já não tratava como profissionais, segundo Gobbi

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22/12/2014 09h39

Declarações dadas por Mário Gobbi numa reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, em outubro, fazem com que seja difícil compreender a volta de Tite. Na ocasião, ele declarou que o técnico foi demitido por perder o controle da equipe. Isso porque desenvolveu uma relação de pai para filho com os jogadores. Só que seis integrantes daquele grupo (Cássio, Fábio Santos, Danilo, Guerrero, Ralf e Sheik) estão por enquanto nos planos do clube. Ou seja, o que não era bom para o alvinegro no início de 2014 passou a ser a solução para 2015.

"Ele perdeu completamente o comando do grupo, que não era mais grupo para ele. Eram filhos. É normal ir levando. Ele tinha que dar um tempo para ele voltar", disse o presidente corintiano aos conselheiros em outubro.

Apesar das críticas, o dirigente afirmou ser Tite o maior treinador que já passou pelo clube. Mas, mesmo sendo tão bom, praticamente todos fritaram o técnico em 2013, segundo o presidente.

"A rota do comando do grupo não foi opinião minha, foi quase que de todos, para não dizer de todos. Mas eu fiquei com o patinho feio, como quem demitiu o treinador fui eu. O que eu falo numa sala, eu aguento fora dela. Fiquei quieto e aguentei o tranco", afirmou Gobbi.

Pelas palavras do presidente, Tite corre o risco de trabalhar com quem o fritou em 2013. Fica claro pelo que diz o cartola que a direção de futebol naquela época queria a cabeça do técnico. Roberto de Andrade, que era o diretor, é candidato da situação à presidência do clube na eleição de fevereiro. Ele já comanda a montagem do time para o ano que vem e escolheu Tite como técnico.

Leia abaixo, na íntegra, ata da reunião em que Gobbi falou de Tite, da derrocada do grupo campeão da Libertadores e do Mundial e de como assistirá de camarote o sofrimento de seu sucessor.
ata-corinthians

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.