Prefeitura de SP se sente pressionada pelo Corinthians a agir fora da lei
A nota emitida na última sexta pelo Corinthians com ataques a Fernando Haddad foi interpretada na prefeitura de São Paulo como uma tentativa de forçar o município a agir fora da lei para ajudar o clube.
O entendimento é de que os cartolas voltaram a pressionar a prefeitura para comprar os Cids (Certificados de Incentivo de desenvolvimento) que ela emitiu para o Corinthians vender e pagar parte dos gastos com a construção de seu estádio. Porém, Haddad e sua equipe consideram que a compra dos documentos seria ilegal, por isso nem querem ouvir falar nessa possibilidade.
O blog procurou a assessoria de imprensa do clube para ouvir o presidente Roberto de Andrade sobre o assunto, mas as ligações não foram atendidas.
De acordo com o Blog do Rodrigo Mattos, no ano passado, o Corinthians chegou a sugerir que fosse feito um projeto de lei autorizando a prefeitura a pagar pelos Cids, mas o prefeito rechaçou a ideia.
O problema acontece porque o clube não consegue vender os certificados. Os compradores teriam direito de usar os papéis para pagar parte dos seus impostos. Porém, na avaliação da direção alvinegra e também da prefeitura, ninguém quer comprar os documentos porque uma ação no Ministério Público questiona a legalidade dos Cids em favor do Corinthians.
No comunicado divulgado na semana passada, Andrade reclamou que o clube ainda não viu a cor do dinheiro dos Cids e culpou o prefeito Fernando Haddad. Só que a prefeitura não tem a obrigação de negociar os papéis. A parte dela é emitir certificados no valor de R$ 420 milhões. Faltam R$ 15 milhões para completar esse montante. Eles devem ser liberados até o fim do mês.
O argumento defendido pelo Corinthians na nota oficial é o mesmo que a Odebrecht, construtora da arena, tem usado para se defender na briga nos bastidores com o clube. Os corintianos reclamam de atrasos na finalização da obra e de que no lugar de usar materiais sofisticados a empresa instalou componentes mais baratos em muitos pontos do estádio.
Nas reuniões entre as partes, a Odebrecht alega que foi atrapalhada pela falta de recursos, principalmente pela não conversão dos Cids em dinheiro. Andrade legitimou o argumento da construtora.
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