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Em ministério, CBF deixa a impressão de que só quer salvar sua própria pele

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28/04/2015 16h34

A visita de Marco Polo Del Nero ao Ministério do Esporte nesta terça deixou na pasta a impressão de que a CBF só quer mudar a Medida Provisória que refinancia as dívidas dos clubes por interesse próprio. Ela estaria mais preocupada em evitar o que considera ingerência governamental na administração da entidade do que em outras questões.

Assim, no entendimento do ministério, a confederação aceita deixar de lutar contra a MP desde que seja vetado todo o artigo 5º. Ele prevê que os clubes que aderirem ao programa de refinanciamento só poderão disputar competições organizadas por entidades que limitem a reeleição de seus presidentes. Só serão permitidos dois mandatos de quatro anos cada. Além disso, os atletas terão direito a voto e farão parte da diretoria.

Ouvido pelo blog, Walter Feldman, secretário-geral da CBF e que participou da visita ao Ministério, negou que a confederação tenha pedido a retirada do artigo 5º. "Foi uma visita institucional, não para negociar a MP. Claro que foi tocado no assunto, mas não pedimos para derrubarem esse artigo. Não estamos preocupados com a CBF, estamos preocupados com os clubes", afirmou o dirigente.

Porém, ele admitiu que a maioria dos pontos considerados inconstitucionais pela CBF está no artigo quinto. Na opinião da entidade, ele fere a autonomia da confederação e das federações. "Nós entregamos ao ministro o documento elaborado com os clubes no qual listamos os pontos com os quais não concordamos".

O documento citado por Feldman traz oito tópicos em que a confederação faz críticas à MP. Cinco deles têm alguma relação com o artigo 5º.

Apesar do tom cordial adotado no encontro, o ministro George Hilton (PRB-MG) manteve sua posição de defender a MP no formato atual.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.