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'Abandonado' pela CBF, Marin conta com mulher e Conmebol na Suíça

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28/05/2015 06h12

Pouco depois de deixar a presidência da CBF, José Maria Marin andava decepcionado com Marco Polo Del Nero por considerar que tinha sido colocado para escanteio após o amigo assumir seu posto. Agora, detido pela polícia na Suíça, ele está ainda mais esquecido pela entidade.

O cartola não teve até agora ajuda da confederação em sua defesa. "Não houve nenhuma demanda para a CBF disponibilizar advogado. Ele está sob a guarda jurídica da Conmebol (entidade da qual é membro do comitê executivo)", disse Walter Feldman, secretário-geral da confederação.

Sem falar inglês, o ex-presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo só poderá contar com o apoio da entidade sul-americana e de sua mulher, Neusa. Segundo Feldman, ela está na Suíça. Existe preocupação de parentes com a saúde do dirigente de 83 anos.

Ainda conforme o secretário-geral, Del Nero também não recebeu informações e nem teve contato com o ex-presidente, que pode ser extraditado para os Estados Unidos.

O sentimento de abandono de Marin deve aumentar quando ele descobrir que foi afastado da vice-presidência da CBF, logo após ser banido preventivamente pela Fifa por conta das acusações de corrupção feitas pela Justiça americana. A federação que controla o futebol mundial tirou os poderes internacional e nacional do cartola.

"Apenas seguimos determinação da Fifa ao afastar Marin", disse Feldman. Indagado se o afastamento é temporário, o secretário-geral emendou: "Vai depender da conclusão das investigações".

Além de comprovar ou não a participação de Marin nos casos de corrupção, as investigações podem engolir mais cartolas do país. Mas mesmo com essa ameaça, a ordem na CBF é tocar a bola pra frente. Assim, nesta quinta, enquanto Marin encara uma cela na Suíça, Feldman vai se reunir em Brasília com Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado. Motivo? Discutir a Medida Provisória que cuida da moralização do futebol. A hora não poderia ser mais (in)oportuna.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.