Topo

Perrone

Conclusão da Arena Corinthians atrasa de novo. Saiba como está a obra

Perrone

05/05/2015 06h00

 

 

Operário trabalha na arena quatro dias após o prazo previsto para a conclusão da obra

Operário trabalha na arena quatro dias após prazo previsto para a conclusão

 

Após uma série de atrasos, Odebrecht e Corinthians agendaram a conclusão das obras do estádio alvinegro para o fim de abril. O mês terminou na última quinta, mas nesta segunda-feira, quarto dia de maio, ainda havia trabalho na arena em Itaquera.

A movimentação era pequena, mas suficiente para constatar que mais uma vez a conclusão da Arena Corinthians foi adiada. Por volta das 15h30, operários trabalhavam nas arquibancadas do setor Oeste. O blog notou duas máquinas no estacionamento, uma em movimento e outra parada.

Ainda foi possível perceber que não estão acabados parte do terraço dos camarotes do segundo nível e um setor logo abaixo que será usado para festas. Os dois locais são considerados importantes pelo clube para aumentar a geração de receitas no estádio.

Uma das coberturas de vidro ainda estava com uma tela de proteção, apesar de ninguém estar trabalhando nela.

Lúcio Blanco, que cuida das operações do estádio, confirmou ao blog que os trabalhos não se encerraram em abril, conforme previsto. "Esta semana vamos fazer uma reunião e devemos ter um novo prazo", disse ele.

O funcionário justificou o atraso. "Essas últimas chuvas atrapalharam. Além disso, é difícil para nós (do Corinthians) e para eles (da Odebrecht) alternar obras e jogos. Quando tem evento no estádio, os trabalhos precisam parar, uma série de equipamentos precisa ser retirada e depois recolocada, o que pode provocar atrasos. Quando isso acontece fazemos um ajuste de cronograma. É o que faremos agora", completou Blanco.

Ele afirmou que não tem como estipular uma nova data antes da próxima reunião, mas outros dois profissionais ligados ao clube disseram ao blog, sob a condição de não serem identificados, acreditar que nem ao final de junho os trabalhos estarão concluídos. A finalização já havia sido adiada de dezembro do ano passado para janeiro de 2015 e depois para abril.

Elevadores para deficientes físicos, asfalto definitivo dos estacionamentos, pontos de eletricidade em diferentes áreas do estádio, pintura em alguns trechos, parte da iluminação interna e conclusão do sistema de exaustão estão entre as obras que faltam ser concluídas, segundo integrantes do estafe corintiano na arena. A assessoria de imprensa da Odebrecht não atendeu aos telefonemas do blog e nem respondeu às mensagens enviadas por celular sobre quando o serviço será concluído.

Existem também problemas de acabamento, segundo os profissionais do clube. Na penúltima semana de abril, um levantamento foi feito pelos corintianos apontando falta de qualidade em acabamentos. Entre eles, pintura considerada malfeita no teto do saguão principal do estádio e pisos de mármore mal colocados em pelo menos uma das escadas.

Também foi detectada ausência de forro em duas áreas, vigas pintadas com cores diferentes e erros de montagem em algumas das estruturas. Foi observado ainda um ponto de ferrugem na parte em que há contato de uma placa da cobertura com uma coluna de concreto.

 

Até a partida em que o Corinthians foi eliminado pelo Palmeiras do Campeonato Paulista, beiradas dos degraus das escadas do setor sul continuavam quebradas e sem acabamento.

Escada que o clube esperava ficar mais refinada

Escada que o clube esperava ficar mais refinada

Uma escada na entrada do setor oeste não ficou como clube planejava. Ela está do jeito que foi construída para a Copa do Mundo, com aparência de provisória, apesar de ser feita em material considerado muito resistente e capaz de ser usado definitivamente sem problemas. Os corintianos esperavam algo mais sofisticado, com corrimão de inox.

Existem reclamações pelo fato de um carpete alemão ter sido instalado supostamente sem a devida limpeza do chão, o que poderia provocar danos ao material refinado.

Há diversas áreas classificadas pelos envolvidos na obra como nuvens cinzentas. São pontos em que se discute o que é obrigação da construtora ou do clube. As batidas de cabeça provocaram fatos inusitados, como falta de quilômetros de fios de eletricidade para ligar monitores de TV nos banheiros do estádio. Essa falha foi superada e os equipamentos foram instalados. Mas, uma olhada nas ilustrações do projeto inicial e em fotos do estágio atual da obra, indica que alguns pontos estão longe de ficar como previsto. Por exemplo, abaixo veja a área inacabada do terraço dos camarotes do segundo nível e do setor inferior a ele e que será usado para festas.

 

Ricardo Perrone/UOL

 

Agora veja reprodução de ilustração do projeto que mostra como deve ficar a mesma área.

Reprodução

 

 

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.