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Santos corta salário em mais de 50%. Palmeiras cresce em mais de R$ 650 mil

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03/05/2015 10h44

Em janeiro, às vésperas do início do Campeonato Paulista, os novos diretores do Santos sentiam um frio na barriga. Ninguém sabia ao certo como seria o rendimento do time após uma drástica redução de despesas.

A folha de pagamento da equipe caiu de cerca de R$ 6,5 milhões para aproximadamente R$ 3 milhões. O corte não significou, como temiam os cartolas, queda de produção, e o alvinegro decide hoje o Campeonato Paulista contra o Palmeiras, que passou pelo processo inverso.

O frio na barriga dos dirigentes palmeirenses acontecera em dezembro, quando o time penou para escapar do rebaixamento no Brasileiro. A quase tragédia e um certo alívio na situação financeira fizeram o alviverde investir mais, apesar de sua política de produtividade.

A despesa com a folha de pagamento de jogadores e da comissão técnica aumentou de R$ 4.767.129,91 em dezembro para R$ 5.421.246,09 em março, de acordo com balancetes oficiais do clube. O crescimento foi de R$ 654,1 mil, mas aumenta se forem usadas na comparação as despesas de novembro. Naquele mês, o gasto foi de R$ 3.523.275,70. Ou seja, em março o clube gastou com salários R$ 1.897.970,39 a mais do que em novembro. A diferença entre o penúltimo e o último mês de 2014 acontece porque em dezembro a despesa com a comissão técnica pulou de R$ 385.112,74 para R$ 1.038.060,45.

Os relatórios palmeirenses, porém, registram os gastos com todos os jogadores profissionais do clube: 79 no terceiro mês do ano.

Na Vila Belmiro, a contenção de despesas foi como unir o útil ao agradável. Além de gastar menos com a saída de atletas considerados caros, como Edu Dracena, Leandro Damião e Arouca, a diretoria acredita que a mudança acabou com um racha entre jovens e jogadores mais velhos.

No Palmeiras, o aumento reflete o investimento em atletas experientes, como o ex-santista Arouca e Zé Roberto, além da vitória na briga com rivais por jogadores como Robinho e Dudu.

Outra diferença entre os finalistas é que o Santos, apesar de enxugar seus gastos, não consegue pagar em dia seus jogadores. Há atletas com sete direitos de imagem atrasados. No Palmeiras, o mês tem 30 dias.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.