Topo

Perrone

Família de Marin quer que ele fale tudo que sabe

Perrone

15/06/2015 07h18

A família de José Maria Marin parte do princípio de que o ex-presidente da CBF é inocente, apesar de desconhecer os detalhes das atividades do dirigente. O desejo dos familiares é de que o cartola fale tudo o que sabe aos responsáveis pelas investigações do imenso esquema de corrupção no futebol mundial.

Para os parentes de Marin não há motivo para ele proteger colegas, ainda mais porque o sentimento é de que ele foi abandonado desde que foi preso na Suíça sob a acusação de participar de esquema de corrupção na Fifa e na entidade nacional. Segundo a Justiça americana, Marin recebeu propina em negociações de direitos de transmissão de TV. O dinheiro do suborno teria sido dividido com outros dirigentes brasileiros, que não tiveram seus nomes divulgados.

A indignação maior é com Marco Polo Del Nero. O atual presidente da confederação não defendeu o sucessor com unhas e dentes nem nas reuniões com representantes das federações estaduais. Logo depois que a Fifa anunciou o banimento provisório de Marin, Del Nero suspendeu o amigo na CBF e tirou da fachada do prédio da CBF o nome dele. As medidas foram interpretadas por parentes e amigos de Marin como uma tentativa do presidente de descolar sua imagem do antecessor num gesto de traição. Por sua vez, a CBF alega que só refletiu a decisão da Fifa, que suspendeu Marin internacionalmente e nacionalmente.

Nem assistência jurídica foi providenciada pela confederação para seu ex-presidente. Quem contratou advogado para ele imediatamente foi a Conmebol.

O próprio Marin já andava chateado com Del Nero por se sentir escanteado desde que virou vice da CBF.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.