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Maior erro de Dunga foi não perceber que Neymar estava a ponto de explodir

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17/06/2015 23h34

De todas as falhas da seleção brasileira na derrota por 1 a 0 contra a Colômbia, a que mais pesa nos ombros de Dunga, na opinião deste blogueiro, é não avaliar o estado emocional de Neymar.

No mesmo dia da notícia de que ele virou réu em processo na Espanha sobre supostas irregularidades em sua transferência para o Barcelona, o craque fez sua pior atuação pela seleção brasileira principal numa competição.

Cabia a Dunga tentar sentir como estava o atacante emocionalmente antes do jogo. Pode ser que ele estivesse bem emocionalmente, sem acusar o golpe que levou na Espanha. Mas, desde que tomou cartão amarelo injustamente no primeiro tempo, ficou evidente seu descontrole, que pode ter sido gerado só pelos lances do jogo. A partir daí já não importa o motivo.

Dunga não percebeu a irritação galopante. Não tirou o atacante, apagado no jogo, para evitar uma expulsão, que acabou ocorrendo após a partida. Como não Neymar não produzia nem mais nem menos do que seus colegas teria valido a pena tentar a reação com alguém mais calmo, preservando seu principal jogador ao mesmo tempo.

A briga no final, na qual Neymar tentou acertar uma cabeçada num adversário, não deixa dúvidas de que ele estava a ponto de explodir. E explodiu, sem que seu treinador desarmasse a bomba-relógio.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.