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MP prevê maior força em eleição para time melhor e com mais público

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18/06/2015 06h14

A versão final da Medida Provisória que refinancia as dívidas fiscais dos clubes feita pelo deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ) traz uma mudança significativa para as eleições na CBF e nas federações estaduais. Ela prevê que o voto de cada clube tenha peso de acordo com a quantidade de campeonatos que ele disputou, com os resultados obtidos nas competições e conforme a média de público.

Atualmente, clubes, federações e ligas amadoras têm direito a um voto cada na maioria das entidades. Pela nova proposta, uma fórmula a ser definida por cada instituição dará peso maior para os clubes que tenham melhor resultado nos itens citados acima. Assim, que tiver melhor desempenho em campo e nas arquibancadas terá mais força nas urnas, se a MP for aprovada com essa regra.

"Coloquei isso porque as federações têm várias ligas que podem definir o resultado da eleição. Muitas vezes os presidentes de federações se apoiam nos votos delas para se manter no poder", disse Leite ao blog.

Ele apresentou a novidade em reunião com os clubes nesta quarta, em Brasília. Entre os que não gostaram da proposta estava Eurico Miranda, presidente do Vasco e aliado político de Rubens Lopes, que comanda a Federação do Rio de Janeiro.

O deputado, relator da MP, manteve no texto o direito a voto dos clubes da Série B nas eleições da CBF. Atualmente só times da Série A e federações são eleitores.

Pressionado por dirigentes, ele retirou do texto o item que previa que atletas votassem para presidente das agremiações. Mas manteve o direito deles a um voto na CBF e nas federações.

"Os clubes disseram que não fazia sentido os empregados deles participarem das eleições que envolvem os patrões. Eles me convenceram e retirei essa proposta", declarou o deputado.

Leite está confiante de que conseguirá colocar a MP em votação na próxima quarta, apesar de serem grandes ainda as divergências com os clubes. A principal delas é que os dirigentes querem o fim da exigência para de CND (Certidão Negativa de Débitos) para participação nos campeonatos. O deputado aceitou apenas permitir que eles disputem com o comprovante de pagamento de dívidas, antes de a CND ser emitida, o que pode demorar.

A bancada da bola tem adiado o andamento da Medida Provisória no Congresso por causa do descontentamento de clubes, federações e CBF. O texto precisa ser aprovado até o dia 17 de julho, caso contrário perderá a validade. Além de ser votado numa comissão formada por senadores e deputados na semana que vem, ele precisa ser aprovado em plenário na Câmara e, depois no Senado, para então ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.