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Arena Corinthians entra em atrito com nova parceira em lanchonetes

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18/07/2015 08h12

A lua de mel entre o fundo que administra a Arena Corinthians e a nova concessionária das lanchonetes do estádio durou apenas cerca de um mês. O blog apurou que a AR Fast Food, que entrou na casa corintiana após problemas com a antiga parceira, recebeu uma notificação dos gestores do estádio. A queixa foi de supostos atrasos no primeiro pagamento e na entrega do cronograma de obras, entre outros problemas.

Procurada pelo blog, a empresa confirmou que foi notificada, mas negou ter cometido irregularidades. Em seguida, o próprio clube admitiu que a parceira não errou. Mas o mal-estar já estava instalado. Cobrada, a concessionária aponta para o fundo as dificuldades encontradas para trabalhar no estádio. Existem problemas de estrutura e até hostilidade de membros de torcidas organizadas.

"Eles me notificaram, mas eu estava dentro do prazo, que venceria em 20 dias", disse ao blog Juliano Aniteli, sócio e diretor da AR.

Após responder a notificação por e-mail, ele e seus advogados preparavam na tarde desta sexta uma resposta mais formal, listando as dificuldades que têm encontrado no estádio. "Não queremos atrito com o fundo, mas fui obrigado a mostrar os problemas que enfrentamos" declarou Aniteli.

Lúcio Blanco, funcionário do Corinthians que cuida das operações na arena, também falou ao blog sobre o caso. "Não foi uma notificação extrajudicial. Apenas pedimos uma confirmação do cronograma. Até porque não há atraso. Talvez a empesa tenha entendido errado", disse.

A AR passou a atuar na arena alvinegra depois de o fundo rescindir um contrato previsto para durar dez anos com a antiga concessionária alegando que ela não fez o investimento de R$ 40 milhões combinado e que sua comida não agradava aos torcedores.

A nova parceira trouxe para o estádio marcas de fast food, como o Bob´s, mas trabalha de maneira provisória até que ela construa as lanchonetes definitivas.

Já em seu primeiro jogo no estádio, a AR enfrentou problemas. Ao ligar um de seus fornos elétricos, um disjuntor do setor leste não aguentou a carga e caiu, deixando as lanchonetes sem energia.

Aniteli e Blanco confirmaram o problema, mas minimizaram o episódio. "Conversamos com o pessoal da arena, e foi feito um ajuste de energia do setor leste. No começo são necessários ajustes mesmo", afirmou o sócio da empresa.

"Tivemos alguns problemas nesse sentido (de infraestrutura), mas estamos trabalhando para resolver. O disjuntor foi regulado, e sei que eles também tiveram dificuldade com internet. Estamos ajustando tudo", disse Blanco.

Mais difícil, porém, será ajustar o comportamento dos integrantes de torcidas organizadas no setor norte do estádio. Funcionárias das lanchonetes reclamam que são hostilizadas por eles, que não quererem fazer a compra em duas etapas: a aquisição do tíquete e a retirada do lanche. Além de gritos com as moças, os relatos são de chutes nas lojas e tapas nos balcões.

A relação entre o fundo responsável pela arena e a concessionária nasceu para ser longa. São dez anos de contrato.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.