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Odebrecht volta a comprar certificados que ajudam a pagar Arena Corinthians

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30/07/2015 08h50

A Odebrecht voltou a colocar a mão no bolso para ajudar o Corinthians a pagar a construção de seu estádio para ela mesma. De acordo com o Diário Oficial de São Paulo desta quarta, mais oito CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) foram vendidos. Todos para o Consórcio Metroplitano 5, que é liderado pela Odebrecht e constrói a Linha Lilás do Metrô.

Os CIDs são usados por seus compradores para pagar impostos municipais.

Procurada pelo blog, a construtora informou que cada certificado foi vendido por R$ 58.606. O valor total dessa operação foi de R$ 468.848.

Ainda segundo a assessoria de imprensa da construtora, o fundo que administra a arena corintiana e que tem clube e Odebrecht como principais cotistas já vendeu, ao todo, 22 CIDs por R$ 1,3 milhão.

Antes da última operação, o consórcio responsável pela Linha Laranja do Metrô, que também tem a Odebrecht como integrante, tinha comprado R$ 513 mil em CIDs. Outra venda de R$ 285 mil tinha sido feita para a obra da Ponte Itapaiúna, tocada pela Odebrecht. Ou seja, se não fosse pela construtora, os certificados estariam totalmente encalhados.

Porém, a negociação de R$ 1,3 milhão em CIDs pode ser considerada uma gota d´água no oceano, pois a prefeitura autorizou a captação de R$ 465 milhões por meio desse mecanismo. E o preço do estádio, contando juros de empréstimos bancários, é de cerca de R$ 1,2 bilhão.

Um dos principais problemas para a negociação dos certificados é a existência de uma ação promovida pelo Ministério Público que aponta irregularidades na decisão da prefeitura de emitir os CIDs em favor do fundo que controla a arena.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.