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Entenda a briga entre Corinthians e SPFC por Pato

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31/08/2015 10h49

Após uma troca de notificações extrajudiciais, São Paulo e Corinthians não se entenderam sobre o valor mínimo para que o clube do Morumbi seja obrigado a liberar o jogador para o exterior antes de 31 de dezembro, quando termina o seu empréstimo. Caso não haja um acordo, o assunto pode parar na Justiça, mesmo se Pato não for vendido. Veja abaixo os detalhes da briga.

Contrato

O acordo firmado entre Corinthians, São Paulo e Sil Serviços, representante da Chaterella, dona dos direitos de imagem de Pato, obrigava o Corinthians a apresentar uma carta de garantia em 2014 e a renovar o documento ou apresentar outro em fevereiro de 2015. Isso porque o acordo prevê que se o alvinegro não pagar sua parte dos direitos de imagem (R$ 400 mil), a empresa tem o direito de cobrar a quantia do São Paulo, que usaria a carta de crédito. Na falta de garantia, como punição ao Corinthians, o valor mínimo para a venda antes do final de 2015 passa de 10 milhões de euros para 20 milhões de euros. Além disso, é aplicada uma multa de R$ 10 mil diários.

Notificação

Em agosto, como revelou o blog no dia 9, antes do clássico entre os dois times o São Paulo enviou uma notificação extrajudicial cobrando do Corinthians a apresentação da garantia bancária e lembrando das punições previstas no contrato. Os tricolores começaram a contar a aplicação da multa a partir de 16 de fevereiro, pela não renovação da garantia. Outras notificações já tinham sido enviadas sobre o mesmo tema.

Resposta

O Corinthians respondeu informando que a Sil avisou que não era mais a responsável por receber o pagamento pelos direitos de imagem de Pato. Assim, no entendimento dos corintianos a cláusula que dobra o valor mínimo para liberação do atleta não tem valor.

Discordância

Após ter conhecimento da posição do Corinthians, o São Paulo respondeu que o fato de a Sil não receber mais pelos direitos de imagem não altera o contrato. O clube presidido por Carlos Miguel Aidar respondeu que continua entendendo que só é obrigado a liberar Pato por uma proposta de 20 milhões de euros, além de ter direito de cobrar a multa estipulada.

Acordo

O blog apurou que a direção tricolor aceita negociar um acordo para evitar a briga na Justiça. O trato passaria, no caso de existir uma proposta oficial, pelo fato de o São Paulo receber uma compensação financeira pela liberação do jogador abaixo dos 20 milhões de euros. Hoje, o contrato prevê que o São Paulo terá direito a 10% do valor que ultrapassar 17 milhões euros no caso de negociação em 2015. Se o valor for inferior, o clube do Morumbi nada recebe. Outra possibilidade vislumbrada pelos são-paulinos é deixar de cobrar a multa pela falta de garantia caso seja negociada a permanência de Pato no Morumbi.

Preferência

Pelo contrato, se o Corinthians receber uma proposta oficial, o alvinegro é obrigado a dar 48 horas para o São Paulo dizer se cobre a oferta. Até domingo, os tricolores não tinham recebido nenhum comunicado do rival.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.