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Contratação polêmica faz Aidar ser criticado até por diretores

Perrone

26/09/2015 06h00

O caso Iago Maidana abalou o prestígio de Carlos Miguel Aidar diante de parte da diretoria do São Paulo. A negociação e a postura do presidente após a polêmica provocada pela contratação do zagueiro de 19 anos fazem com que ele seja criticado veladamente por alguns dirigentes do clube.

Uma das principais queixas é pelo fato de Aidar não ter feito uma nota oficial ou um claro pronunciamento em público detalhando como foi o negócio. A falta de esclarecimento faz com que uma nuvem de suspeita feche o tempo no Morumbi e prejudique a imagem do clube na opinião dos descontentes. Além disso, dizem os críticos, enquanto o dirigente não explicar publicamente quem foram os responsáveis pela negociação, suspeitas podem pesar nos ombros de diretores que não se envolveram na contratação.

Aidar também é criticado por investir R$ 2 milhões na aquisição de 60% dos direitos de um jovem jogador, desconhecido da maior parte de sua diretoria, num momento em que o presidente lembra todos os dias das dificuldades financeiras enfrentadas pelo São Paulo. Ou seja, mesmo se a transação não tivesse sido tão enrolada, o cartola seria cornetado por gastar tal quantia.

Ainda por cima há o que é interpretado no clube como desperdício de dinheiro: o São Paulo pagou R$ 2 milhões por um jogador pelo qual o Criciúma diz ter recebido R$ 400 mil. A empresa Itaquerão Soccer afirma que investiu R$ 800 mil no atleta, que ficou dois dias no Monte Cristo (GO). Se tivessem comprado diretamente do Criciúma, os são-paulinos teriam economizado pelo menos R$ 1,6 milhão. Dependendo do desempenho de Iago, o clube do Morumbi pode desembolsar ainda mais R$ 400 mil.

O saldo do novo escândalo na gestão de Aidar é o desgaste da imagem do presidente diante de sua base aliada. E ele vai precisar dela para encarar a próxima reunião do Conselho Deliberativo, na segunda-feira da semana que vem. A operação Iago deve ser o tema central.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.