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Conselheiros do São Paulo pedem documentos do 'caso Iago Maidana'

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02/10/2015 12h46

O "caso Iago Maidana" se transformou num ferimento que não para de sangrar no São Paulo. Além de sócios pedirem na Justiça a documentação sobre a contratação, conselheiros oposicionistas prepararam um requerimento para que a diretoria esclareça a negociação.

O pedido deve ser protocolado entre hoje e segunda-feira no Conselho Deliberativo. Assim que receber a peça, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do órgão, encaminhará a solicitação para a diretoria. Segundo ele, que foi informado pelo blog sobre a iniciativa, estatutariamente, a direção tem a obrigação de apresentar o que for solicitado.

Os conselheiros pedem cópias de todos os contratos relativos à contratação, documentos referentes aos pagamentos, incluindo comissões, com a identificação de quem recebeu o dinheiro, nome dos representantes legais da empresa envolvida e revelação de quem negociou pelo São Paulo, seja diretor ou não do clube.

No requerimento, os conselheiros explicam que o objetivo não é aprovar ou não a contratação. Mas ter informações sobre o caso para cumprirem suas funções de membros do conselho e tomarem providências, se elas forem necessárias.

"O caso é tão grave e revestido de possíveis graves ilegalidades que está sendo investigado pela CBF e pode acarretar séria punição esportiva ao nosso clube", diz trecho do documento.

A investigação citada é para saber se a regra da Fifa que veta a participação de empresas na compra de direitos econômicos de jogadores foi ferida com o envolvimento da Itaquerão Soccer na operação. A pena prevê que os clubes infratores sejam proibidos de fazer contratações durante determinado período.

Os solicitantes querem saber por qual motivo o São Pulo aceitou pagar R$ 2 milhões (o valor pode subir mais R$ 400 mil de acordo com metas alcançadas por Iago) num zagueiro de 19 anos pelo qual o Criciúma diz ter recebido R$ 400 mil pela transferência de 100% dos direitos econômicos do atleta para o Monte Cristo (GO). No time goiano, ele ficou só dois dias até ir para o Morumbi. Sem dúvida, foi um negócio da China para a Itaquerão.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.