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Idade avançada pesou na decisão de Marin aceitar extradição

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28/10/2015 13h05

A idade avançada de José Maria Marin, o desgaste que ele sofreu durante o período em que ficou preso na Suíça e a possibilidade de conseguir prisão domiciliar em Nova York pesaram para o ex-dirigente não recorrer da decisão dos suíços, que determinaram sua extradição para os Estados Unidos.

Entrar com o recurso  significaria ficar pelo menos cerca de mais três meses preso na Suíça até a decisão final.

Agora, ele vai para uma cadeia federal americana, provavelmente em Nova York, e deverá pedir prisão domiciliar na cidade, na qual tem um apartamento. Assim, poderia voltar a conviver com sua esposa. É um cenário bem menos tenebroso do que prolongar a estada no presídio suíço com poucas esperanças de retornar ao Brasil.

Seus 83 anos também serão usados como argumento para tentar conseguir a prisão domiciliar. A tese é de que uma pessoa de sua idade teria menos disposição e capacidade para bolar um plano de fuga. Caso aceite o pedido, a Justiça americana vai estipular uma fiança milionária, que serve como garantia de que ele não vai fugir durante o processo. Se for absolvido, o ex-cartola vai recuperar pelo menos a maior parte do dinheiro. Marin, acusado de crimes de corrupção, alega ser inocente.

Além de marcar o fim da longa espera do brasileiro sobre seu futuro, a extradição, que deve ocorrer até o próximo dia 7, significa o início de uma nova fase que pode ter reflexos no futebol brasileiro. Marin vai começar a se defender das acusações. Até agora havia feito uma defesa superficial, pois a questão principal era a extradição. Seus depoimentos podem levar os investigadores americanos a novos caminhos no Brasil, apesar de o ex-presidente da CBF afirmar desconhecer esquemas de corrupção em volta da entidade.

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Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.