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Sobrinho de Raí é pivô de nova crise no São Paulo

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07/11/2015 06h00

Atualizado às 11h09 com nota oficial do São Paulo

Novo presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, está diante de uma nova crise. O pivô dela é Gustavo Vieira de Oliveira, filho do ex-jogador Sócrates e sobrinho de Raí.

O problema começou após a "Folha de S.Paulo" divulgar na última quinta que o contrato de Gustavo, diretor executivo de futebol, estava pronto para ser assinado com direito a comissões na venda de jogadores e a um aumento em relação ao que ele ganhava antes de ser demitido por Carlos Miguel Aidar. Em nota ao blog, a assessoria de imprensa do clube afirmou que não se trata de comissão, mas de bônus que visam estimular a produtividade.

Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol, não gostou de ver a informação publicada e atacou internamente Alexandre Bourgeois, CEO do clube, também recontratado após a renúncia de Aidar. O cartola suspeita que o funcionário vazou a informação.

Procurado, Bourgeois negou que tenha divulgado dados do contrato oferecido a Gustavo, mas não quis comentar as críticas internas feitas por Ataíde. O blog telefonou para o vice, mas seu celular estava desligado.

Além do atrito entre um importante dirigente e um funcionário que é homem de confiança do empresário Abilio Diniz, o episódio desagradou a conselheiros que apoiaram a nova diretoria na recente eleição. Esses membros do Conselho Deliberativo preparam um requerimento para saber oficialmente, entre outras coisas, quanto Gustavo irá ganhar.

"Pelo que lemos, em março do ano que vem, ele vai receber três vezes mais do que ganhava antes de ser demitido. É mais do que o Alexandre Mattos ganha no Palmeiras. O que ele estudou enquanto esteve fora do São Paulo para ter esse reajuste? Que títulos ele ganhou no futebol para fazer jus a isso?", disse ao blog o conselheiro Itagiba Francez Júnior. Ele indaga qual é a diferença entre as comissões oferecidas para Gustavo e as que Aidar tentou pagar para sua namorada, Cinira Maturana, gerando revolta no clube.

Conselheiros descontentes, como Denis Ormrod, querem levantar o histórico de Gustavo. Saber como Juvenal Juvêncio o contratou pela primeira vez, quais das suas contratações vingaram e os benefícios que ele trouxe para o São Paulo.

O blog telefonou para Gustavo e Leco, mas eles não atenderam às ligações.

Leia abaixo, nota enviada pela assessoria de imprensa do São Paulo sobre o assunto.

"O São Paulo informa que o contrato ainda está sendo escrito e que o mecanismo de remuneração, que é bônus e nada tem a ver com comissões, busca estimular o profissional a alcançar objetivos ao clube, e segue padrão de profissionalização na gestão.

O Gustavo é um profissional comprometido com a instituição e valorizado pelo mercado, como comprovam as propostas recebidas em seu período fora do clube, noticiadas em diversos veículos de comunicação. E a própria matéria confirma que a sua remuneração estará dentro dos parâmetros de outros profissionais da mesma área. O contrato também deverá contemplar bônus pelo resultado esportivo da equipe de futebol – títulos.

A decisão final sobre a compra e venda de atletas sempre caberá ao Presidente do Clube, ao Vice e o Diretor de Futebol.  Ao Diretor Executivo caberá apenas negociar melhores condições, conseguindo valores mais baixos nas compras e obtendo valores maiores nas vendas."

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.