Topo

Perrone

Marcelo Oliveira e Dorival Júnior buscam título sob críticas

Perrone

02/12/2015 08h56

A pressão é tanta sobre Marcelo Oliveira e Dorival Júnior que nem parece que um dos dois vai se sagrar campeão da Copa do Brasil nesta quarta-feira.

Por razões diferentes, os técnicos de Palmeiras e Santos conviveram nos últimos dias com críticas e ameaças de conselheiros.

O caso mais tenso é o de Oliveira, que vem sendo cobrado há mais tempo. Em recente reunião do Conselho Deliberativo, conselheiros pediram sua demissão ao presidente Paulo Nobre. Parte dos descontes diz que vai cobrar a demissão do treinador mesmo se ele levantar o caneco.

As críticas são de que Oliveira é caro, não deu um padrão de jogo ao time, não consegue acalmar seus jogadores, vê sua defesa falhar constantemente na marcação sem corrigir os problemas e faz escolhas erradas nas escalações.

De acordo com o balancete oficial do Palmeiras, em outubro, o gasto com 26 integrantes da comissão técnica foi de R$ 988.200,79. Em setembro, a despesa foi maior, de R$ 1.201.026,30.

Enquanto a pressão se arrasta há meses sobre Oliveira, no Santos as cobranças em relação a Dorival são mais recentes. Conselheiros do clube afirmam longe dos microfones que vão pedir explicações ao treinador no Conselho Deliberativo, se o time não vencer a Copa do Brasil. Querem que ele explique a decisão de jogar com reservas contra o Coritiba, no Paraná. O alvinegro do litoral perdeu por 1 a 0 e deixou escapar a chance de voltar ao G4 do Brasileirão. Depois, contra o Vasco, os santistas perderam com os reservas, de novo por 1 a 0. O quarto lugar do Nacional daria uma vaga na Libertadores independentemente do resultado da Copa do Brasil.

Assim, Dorival será cobrado por causa da decisão de usar os reservas no Brasileirão se a equipe sair do Allianz Parque com o vice-campeonato, ficando fora da próxima Libertadores.

Em relação ao jogo de Curitiba, principal motivo de controvérsia, Dorival deu entrevista afirmando que titulares foram poupados porque disseram estar cansados. Ele havia prometido escalar os principais jogadores.

O treinador não é visto por diretores santistas como genial por causa do futebol vistoso e eficiente que a equipe mostrou em parte da temporada. A avaliação é de que seu trabalho foi facilitado pela reformulação no elenco promovida pela diretoria e que outro técnico, como Oswaldo de Oliveira, que era pretendido pelo clube, teria alcançado resultado semelhante.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.