Opinião: critério caduco faz idade valer mais que competência na CBF
O anúncio abaixo é fictício, mas ilustra o atual momento político da CBF.
Procura-se dirigente idoso.
Vaga: vice-presidência da CBF.
Exigências: ter pelo menos 75 anos, ter experiência como cartola e ser fiel ao seu futuro chefe, inclusive se ele perder o emprego.
Plano de carreira: pode ocupar rapidamente a presidência, se o presidente licenciado renunciar ou for suspenso pela Fifa. Nesse caso, fará jus a salário de aproximadamente R$ 200 mil mensais.
Enviar currículo para CBF ou para federações estaduais.
Um cartola com as características acima passou a valer ouro na Confederação Brasileira. Se Marco Polo Del Nero, que se licenciou por 150 dias renunciar ou, no entender da maioria dos presidentes de federação, for suspenso pela Fifa, quem assume a presidência é o vice mais velho. O posto é ocupado hoje pelo opositor Delfim de Pádua Peixoto, de 74 anos, presidente da Federação Catarinense. Mas ele pode deixar de ser o primeiro na linha sucessória se um cartola mais velho vencer a eleição para ocupar a vaga de José Maria Marin, que responde a processo nos Estados Unidos em prisão domiciliar.
Não por acaso, o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, de 77 anos, deverá ser o candidato da situação numa eleição em que graças a uma regra obsoleta vale mais o tempo de vida do que a competência. E aqui não se afirma que o escolhido é incompetente. Acontece que por mais que o postulante seja competente, o que interessa mesmo é ser o mais velho e deixar seu grupo político no poder.
Nada impede que apareça outro candidato para bater de frente com ele. Mas outra regra tão arcaica quanto a da idade dificulta o registro de mais candidaturas. Cada pretendente precisa ter o apoio de oito federações e de cinco clubes. É tão difícil que na eleição em que Del Nero se sagrou presidente não houve concorrência.
E assim segue o jogo na CBF.
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