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Paulistas esperam que CBF divida poder com clubes ao apoiarem situação

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07/12/2015 22h46

Em reunião na sede da Fereração Paulista nesta segunda, os sete clubes de São Paulo nas séries A e B do Brasileirão decidiram votar no candidato da situação à vaga de José Maria Marin como vice-presidente da CBF no próximo dia 16. O voto será igual ao da FPF.

Ainda não é oficial, mas o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, de 77 anos e presidente da federação paraense, é o candidato da situação. Ele é três anos mais velho do que Delfim de Pádua Peixoto, que hoje é o primeiro na linha sucessória por ser o vice-presidente mais velho. Se Del Nero, que pediu 150 dias de licença, for suspenso pelo comitê de ética da Fifa, o vice mais velho assume, pelo entendimento que a maioria dos presidentes de federação tem do estatuto da confederação. Enquanto estiver apenas licenciado, ele escolhe quem fica em seu lugar. E escolheu o deputado federal Marcus Antônio Vicente (PP-ES).

"Existiam duas propostas: votar no único candidato que existe até agora ou não votar. Preferimos a primeira opção, com a condição de que os clubes tenham mais voz na CBF", disse ao blog Modesto Roma Júnior, presidente do Santos.

Em troca do apoio ao grupo de Del Nero, os paulistas querem o compromisso de que a CBF, a partir de agora, atenderá suas exigências. Apoiados pela FPF, eles pedem participação direta dos clubes (não só os de São Paulo) na elaboração do calendário de competições e nos acordos comerciais das quatro divisões do Campeonato Nacional. Também esperam ter influência na comissão de arbitragem.

Curiosamente, quem já defende publicamente poder maior para os times é Delfim, que diz ser favorável à criação de uma liga de clubes.

A base aliada do presidente licenciado afirma que o coronel já tem o apoio de 22 federações, o que inviabilizaria a candidatura de um oposicionista. Cada postulante precisa ser apoiado por pelo menos oito entidades estaduais e cinco clubes.

Dos quatro grandes do Estado, só o São Paulo não enviou seu presidente para a reunião. O clube foi representado por Ataíde Gil Guerreiro, vice de futebol.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.