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Opinião: o que cobrar de Tite e Marcelo Oliveira em 2016?

Perrone

31/01/2016 10h33

Em um mês, o Palmeiras ultrapassou o Corinthians em relação ao status dado pela maioria da imprensa paulista no quesito favoritismo estadual na atual temporada. A ultrapassagem é reflexo dos momentos distintos vividos pelos dois clubes. Enquanto o alviverde se reforçou de maneira rápida e planejada, o alvinegro derreteu e ainda tenta se reorganizar. Nesse cenário, Marcelo Oliveira e Tite, que estão entre os que têm brigado pelo título de melhor treinador do país nos últimos anos, sofrem cobranças distintas.

O comandante alviverde precisa provar que é capaz de fazer sua equipe ser eficiente e encantar ao mesmo tempo, como o Cruzeiro bicampeão brasileiro.

Precisa ser mais ambicioso fora de casa, mais ofensivo.

É obrigação dele acabar com o nervosismo que marcou seus jogadores em 2015 e por muitas vezes ferrou o Palmeiras.

Tem que montar um time regular a ponto de brigar pelo Brasileirão e não se contentar só com competições que têm mata-matas, mesmo a Libertadores sendo uma delas.

Principalmente, Oliveira deve ser cobrado para aproveitar bem os reforços que vieram, montar uma equipe sólida, que dure mais de uma temporada. Assim, ele terminaria com as contratações por atacado no clube.

Por sua vez, Tite não precisa provar que é capaz de reconstruir a equipe. Já fez isso em 2015, com primor.

A cobrança maior sobre o atual campeão brasileiro deve ser para que ele aproveite bem a promissora geração das categorias de base do clube. Cabe a ele dosar as entradas dos garotos, fazer com que evoluam e que sintam que têm futuro no Parque São Jorge. Só assim não vão preferir trocar de ares. É hora de o treinador de resultados relativamente rápidos pensar também no futuro, no legado para o Corinthians.

O técnico corintiano precisa ainda demonstrar que estava certo ao pedir duas contratações que geram desconfiança: Willians e André.

Terá que mostrar com resultados por qual motivo preferiu um jogador truculento como o ex-cruzeirense ao habilidoso Marciel.

Em relação a André, o atacante precisa explicar com gols as razões para o melhor treinador do Brasil na atualidade confiar nele, apesar de seus altos e baixos e de sua fama de baladeiro. Se ele não render, sua chegada se transformará numa barbeiragem de Tite.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.