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Por que o São Paulo não negociou com concorrente da Globo?

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04/01/2016 09h59

Em novembro, o São Paulo foi procurado por representantes da Turner, que controla o Esporte Interativo, para negociar os direitos de transmissão dos jogos da equipe no Brasileirão em TV fechada. O clube, porém, se recusou a iniciar as tratativas.

Bernardo Ramalho e Felipe Aquilino, diretores da Turner, ouviram que a direção são-paulina só negociaria se a emissora voltasse para conversar já com a manifestação dos outros 19 times da Série A favorável à negociação. Isso porque o São Paulo, apesar de não ter sido o primeiro time sondado pela empresa, não queria ser considerado líder da nova movimentação.

A decisão foi baseada no fato de a atual diretoria considerar que o time do Morumbi foi prejudicado no episódio que culminou com o fim do Clube dos 13. Na ocasião, o São Paulo relutou em assinar com a Globo em busca de propostas mais vantajosas de concorrentes. Porém, os rivais foram renovando aos poucos seus acordos com a emissora. Os são-paulinos ficaram para o fim e quando sentaram para conversar tinham menos poder de barganha, por isso conseguiram menos dinheiro do que queriam.

A avaliação dos dirigentes agora é de que não é bom negócio para o clube liderar movimentos no futebol brasileiro, seja lá qual for a causa, para evitar se transformar em bucha de canhão.

Dessa forma, enquanto o Esporte Interativo procurava outros clubes, o São Paulo alinhavou a renovação antecipada de seu contrato com a Globo para as temporadas de 2019 e 2020.

Atualmente, o Santos é um dos mais empolgados com a proposta do Esporte Interativo, após rejeitar oferta de renovação feita pela Globo. Fluminense e Internacional conversam com o EI e também com a Globo. O Grêmio já descartou a proposta para renovar e diz aguardar algo mais concreto da nova emissora interessada. Por sua vez, o Corinthians já aceitou a renovação.

O blog telefonou para Ramalho e Aquilino, mas os diretores da Turner afirmaram que não têm autorização da empresa para dar entrevistas. A assessoria de imprensa do Esporte Interativo afirmou que o canal não comenta especulações ou negociações em andamento.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.