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Globo x Esporte Interativo chega ao vestiário do São Paulo

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21/02/2016 06h00

A discussão sobre se o São Paulo deve assinar com Globo ou Esporte Interativo (EI) chegou ao conturbado vestiário tricolor. Na última sexta, na tentativa de apagar o incêndio que começou com atraso nos pagamentos, o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, disse aos jogadores que a renovação com a Globo renderá dinheiro suficiente para garantir que tudo será pago em dia até o fim do ano.

O novo compromisso com a Globo valeria a partir de 2019, mas, se o Conselho Deliberativo referendar o acordo em reunião na próxima terça, a emissora pagará já R$ 60 milhões de luvas pelos contratos em TV aberta e fechada (R$ 20 milhões a mais do que o Esporte Interativo oferece de luvas só pelo canal por assinatura).

Essa quantia, segundo a direção tricolor, assegura que não haverá mais atrasos na remuneração dos atletas até dezembro de 2016. O fato é usado pela cúpula são-paulina para convencer os conselheiros a votarem a favor da Globo. Segundo eles, o elenco está ansioso para ver o contrato ser assinado e ter a certeza de que o aperto financeiro não se repetirá. Hoje, há um mês de direito de imagem atrasado.

Os cartolas acreditam que existe um movimento da oposição contra a aprovação só para provocar caos no Morumbi. Esse grupo estaria interessado em dificultar a assinatura com as duas emissoras. E contra-atacam afirmando que a reprovação afetaria diretamente a promessa feita pelo presidente aos atletas. Ou seja, ecoaria no já barulhento vestiário.

"Se alguém da direção falou que vamos fazer isso, disse bobagem. Nunca teríamos uma posição (sobre as propostas da Globo e do EI) sem ouvir a diretoria", afirmou ao blog Newton Luiz Ferreira, o Newton do Chapéu, ex-candidato à presidência e integrante de um dos grupos de oposição no clube. Ele disse que só vai tomar uma posição depois que ouvir as duas propostas.

Na reunião, será apresentado um quadro comparativo com as ofertas. Mas, no entendimento da cúpula do clube, só a da Globo pode ser referendada, já que a do EI não foi aceita pela diretoria. Se a maioria do conselho votar contra, uma nova reunião teria que ser marcada para referendar um eventual acordo com o EI. Nesse caso, o São Paulo pode de novo ter problemas para pagar em dia os jogadores.

Desde a última sexta, a direção são-paulina trabalha para tentar "colar" o vestiário após Michel Bastos e Lugano divergirem justamente sobre como agir em relação a direitos de imagem atrasados. O brasileiro defendia uma manifestação na qual nenhum jogador daria entrevista após o jogo com o The Strongest. Por sua vez, o uruguaio falou com a imprensa e incentivou colegas a fazerem o mesmo.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.