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Comissão de ética vai apurar caso de vice corintiano citado na Lava Jato

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30/03/2016 18h27

Em resposta à carta aberta escrita por representantes da oposição, o presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, Guilherme Gonçalves Strenger, enviou para a Comissão de Ética do órgão a situação de André Luiz Oliveira, vice-presidente do clube citado na Lava Jato. Também respondendo aos opositores, ele criou uma comissão para analisar o resultado do trabalho de auditores independentes na arena do clube.

Oliveira foi alvo de um mandado de condução coercitiva para depor na Polícia Federal na semana passada sobre seu endereço, com o codinome Timão, e seu telefone aparecerem em suposta planilha de pagamentos de propinas por parte da Odebrecht, que construiu a arena corintiana.

"A comissão de ética do conselho vai apurar se o vice-presidente fez algo infringindo a ética, de acordo com o estatuto. Ele já deu entrevista dizendo que não fez nada irregular e terá todo o direito de defesa. Não faço parte dessa apuração, mas acredito que ela ocorrerá paralelamente à investigação no Ministério Público (federal)", disse Strenger ao blog.

Ele afirmou também que não pediu e não recebeu solicitações para o afastamento do dirigente durante a investigação.

Oliveira, conhecido como André Negão, afirma não estar envolvido em recebimento de propina, mas confirma que chegou a ficar detido na delegacia por ter em casa duas armas com registros vencidos.

"No caso da auditoria no estádio, a comissão terá que esperar o trabalho dos auditores. Então, ela vai analisar o resultado e dizer se devemos tomar alguma providência", declarou o presidente do conselho.

A comissão já foi nomeada e é presidida por Carlos Antonio Luque. Os demais membros são Antônio Roque Citadini, Emerson Piovezan, diretor de finanças do clube, Newton David Ferrari e Flávio Adauto.

O Corinthians só vai considerar a obra como aceita depois de uma auditoria analisar se tudo foi feito conforme o contrato. Há também outra auditoria sobre a parte arquitetônica da arena, além de trabalhos de auditores para investigar causas do desabamento de uma parte do forro do teto na entrada da área vip e os motivos para a abertura de dois buracos do lado de fora do estádio após fortes chuvas.

A carta dos opositores ainda pedia esclarecimentos sobre a negociação de direitos do volante Ralf, que envolveu o empresário e ex-conselheiro Fernando Garcia. Strenger encaminhou o assunto para a diretoria.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.