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Fla x Flu mostra que Pacaembu tem a mesma vocação de São Paulo

Perrone

20/03/2016 08h36

O Fla-Flu deste domingo no cai no colo do Pacaembu como um presente para o estádio que foi tido como acabado para o futebol depois da abertura da casa própria do Corinthians, seu principal cliente nas últimas décadas.

Como num passe de mágica, quando tudo parecia perdido, o estádio municipal de São Paulo ganhou vida nova em 2016. Três dos quatro grandes paulistas já mandaram jogos lá este ano. Palmeiras e São Paulo por causa de reformas nos gramados de Allianz Parque e Morumbi, e o Santos por opção, de olho em rendas melhores do que na Vila Belmiro.

O grande paulistano que falta, o Corinthians, também se apresentará lá durante a Olimpíada do Rio, já que sua arena será usada na competição.

Assim, como segunda casa de todos e sem obras milionárias ou naming rights, o Paulo Machado de Carvalho se manteve na ativa. E com o clássico carioca ganha uma homenagem inesquecível pouco antes de completar 76 anos no dia 27 de abril. Dessa vez, mais do que como lar alternativo, o Paca (para os íntimos), mostra que também tem a mesma vocação da cidade a qual pertence: receber quem vem de outros Estados.

Os organizadores de Flamengo e Fluminense podem ter aberto um caminho que coloca em sintonia o estádio municipal e São Paulo. Se há gente de todo Brasil em grandes quantidades na capital paulista, abrigar clássicos de outros cantos do país parece ser uma grande sacada. É a chance de dar a oportunidade para baianos, pernambucanos, cearenses, mineiros, gaúchos, catarinenses, entre outros, verem seus times em ação sem precisar botar o pé na estrada. Isso enquanto os clubes exploram um novo mercado.

A administração do Pacaembu aposta nisso. Acredita que vai receber mais clássicos de visitantes graças ao exemplo carioca.

Seria colocar na vanguarda um estádio que não se modernizou para virar arena, mas nunca saiu de moda. Seja quebrando o galho de times com problemas em suas sedes ou sempre abrindo os braços para quem mora na cidade ou a visita. Pode ser em seu ginásio, sua piscina ou até do lado de fora, recebendo fanáticos por carros antigos, praticantes de automodelismo, torcedores que lotam o Museu do Futebol, escritores e cineastas que lá mostram suas obras sobre o esporte, nas badaladas feirinhas gastronômicas ou nas simples feiras livres (o pastel vendido lá é um dos mais comentados da cidade).

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.