Topo

Perrone

Na Justiça, Palmeiras diz que conselheiro fez investimento ruim em Valdivia

Perrone

14/03/2016 10h29

Em sua defesa na ação movida por Osório Henrique Furlan Júnior, o Palmeiras alega que colocar dinheiro em Valdivia foi um investimento ruim feito pelo conselheiro do clube. Ele cobra R$ 15 milhões do alviverde na Justiça e pede a exibição de uma série de documentos.

Furlan alega que a atual diretoria descumpriu cláusulas contratuais ao supostamente não comunicar a ele seu interesse de não renovar o contrato de Valdivia, não o convidar para participar das reuniões com o pai do jogador sobre o futuro do atacante e permitir que seu vínculo terminasse.

Com a transferência do chileno de graça para o futebol árabe, Furlan perdeu 2,2 milhões de euros que usou para comprar 36% dos direitos econômicos do atleta. Além desse valor, ele cobra uma multa de R$ 5 milhões por quebra de contrato.

Porém, em sua contestação, apresentada no último dia 10, o Palmeiras nega ter descumprido o acordo e afirma que Furlan sabia dos riscos quando tirou dinheiro do bolso para a compra de Valdivia.

"A verdade é que o autor (Furlan) fez um investimento ruim, como ele próprio admitiu em diversas entrevistas destacadas. Misturou a paixão por um time de futebol com negócios e não analisou corretamente os riscos do negócio. De forma ilícita, pretende que o Palmeiras ressarça todo o investimento ruim que ele próprio assumiu". Assim, o clube contra-ataca no processo, marcado por expressões duras usadas por uma parte para atacar a outra.

Tanto que advogados palmeirenses pediram a retirada de termos considerados ofensivos pelos advogados de Furlan, como trecho em que se referem ao dirigente remunerado Alexandre Mattos da seguinte forma: "bazofeiro diretor, com pouca experiência, que foi ludibriado pelo pai do atleta, que somente prorrogou a esperada renovação (do contrato de Valdivia)".

Em outra parte da ação, os advogados de Furlan falam em provar que os dirigentes do Palmeiras, "tanto no momento da tomada do dinheiro (na gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo)", como na atual diretoria, agiram por "desídia ou má fé".

Os palmeirenses respondem acusando o conselheiro de litigância de má fé e afirmando que, "talvez, insatisfeito pela saída do atleta do clube, em razão do término de seu contrato de trabalho, queira transferir suas frustrações pessoais para o Palmeiras em flagrante tentativa de enriquecimento ilícito".

Os representantes do conselheiro dizem que um dos motivos para o contrato ser considerado quebrado é o fato de ele prever que o clube tome  todas as providências para preservar a fatia de seu cliente nos direitos econômicos de Valdivia. Alegam que o presidente Paulo Nobre se recusou a dar para ele participações em outros atletas para compensar o prejuízo com o chileno.

Por sua vez, o clube sustenta que não descumpriu o acordo pois tinha interesse e tentou renovar o contrato de Valdivia.

A próxima etapa do processo é a resposta do autor da ação à contestação.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.