São Paulo pega River com pressão que atinge do elenco ao presidente
Com Pedro Lopes, do UOL, em São Paulo
O São Paulo enfrenta o River Plate nesta quinta, na Argentina, sob uma pressão avassaladora. Praticamente ninguém escapa dela. Uma derrota deixaria o tricolor paulista sem nenhum ponto em dois jogos, após ter perdido em casa na estreia na fase de grupos da Libertadores para o modesto The Strongest, da Bolívia. Veja abaixo o que faz cada um ser cobrado no Morumbi.
Jogadores
Depois da derrota por 3 a 1 para o São Bernardo, Edgardo Bauza deu uma bronca nos atletas ainda no vestiário. Reclamou que eles são apáticos, não reagem e não sentem as derrotas. A diretoria soube, concordou com o treinador e cobrou o elenco publicamente por meio do dirigente remunerado Gustavo Vieira de Oliveira. Os cartolas afirmam que a paciência chegou ao limite e que os jogadores estão em dívida com a instituição. Asseguram que os pagamentos estão em dia e não admitem mais reclamações e apatia. Rodrigo Caio e Michel Bastos estão entre os mais criticados.
Ataíde Gil Guerreiro
Está na marca do pênalti. Colegas de diretoria avaliam que sua situação é insustentável e sugerem ao presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que o afaste. Alegam que ele não tem jogo de cintura para se esquivar dos ataques políticos que sofre, tem dificuldade de relacionamento e não consegue fazer a leitura correta do vestiário. O vice-presidente de futebol já sofria rejeição logo no início da atual gestão por parte de conselheiros e diretores que consideram que ele demorou para entregar os podres de Carlos Miguel Aidar.
Edgardo Bauza
Parte dos jogadores não engoliu a bronca que levou após a partida com o São Bernardo. Alguns também se queixam com pessoas próximas de que o treinador conversa pouco com eles, não dá muitas explicações sobre seus pedidos e atitudes. Outra reclamação é de que ele pede para atletas exercerem funções fora de suas características. Entre conselheiros e diretores há um início de insatisfação pelo fato de Bauza ainda não ter feito o time decolar. Porém, prevalece a tese de que o técnico precisa de mais tempo.
Gustavo Vieira de Oliveira
As queixas do empresário Abilio Diniz contra o executivo agora fazem eco no Morumbi. O filho do ex-jogador Sócrates é considerado um dos culpados pelos maus resultados por, supostamente, não falar a linguagem dos jogadores. Assim, segundo, seus críticos, não consegue entregar para a diretoria um diagnóstico eficiente dos problemas. Enquanto uma corrente cobra sua demissão e vai aumentar a pressão em caso de fracasso diante do River, outra quer que Leco contrate um executivo com perfil mais boleiro para trabalhar ao lado dele. Gustavo se ocuparia mais de questões como renovações de contrato e negociações por reforços, enquanto o novo profissional tomaria conta do vestiário.
Milton Cruz
Ex-auxiliar-técnico que perdeu poderes principalmente por sua amizade com Diniz, é visto por parte da diretoria como um dos que atrapalham o elenco. Isso porque mantém intimidade com jogadores e, na avaliação da diretoria, não tenta acalmar os que o procuram para se queixar do técnico ou dos dirigentes. A suspeita é de que, além de não apagar o incêndio, ele jogue gasolina na fogueira. Corre o risco de ser afastado da convivência com os jogadores no CT, sendo remanejado (atualmente cuida de análise de desempenhos) ou demitido.
Leco
O presidente é criticado por diretores e conselheiros que avaliam que ele não mantém o departamento de futebol sob rédea curta. Assim, não tem controle principalmente sobre Ataíde. Aliados políticos ameaçam romper alianças costuradas para sua eleição caso ele não tome providências, principalmente, em relação a Ataíde e Gustavo.
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