Como comprador pode lucrar sem colocar seu nome na Arena Corinthians?
Por que alguém pagaria uma fortuna pelos naming rights da Arena Corinthians sem batizar o estádio com sua marca? A resposta para essa pergunta está nas estratégias discutidas entre o clube e o possível parceiro que o alvinegro espera estar pronto para anunciar a partir da próxima quinta-feira.
A primeira peça do quebra-cabeça, colocada na mesa por dirigentes alvinegros, é a natureza do investidor. Segundo eles, o interessado é um fundo de investimento que não possui um produto para ter vendas alavancadas a partir do anúncio no estádio. Assim, passou a ser discutida a possibilidade de o comprador revender o nome da arena se aparecer um interessado no decorrer do contrato. Nesse caso, o Corinthians teria participação no valor arrecadado.
Mas a revenda não é o ponto principal, pois ela é incerta e hoje o cenário não é animador. O parceiro tem interesse em ganhar dinheiro com produtos ligados ao programa de sócio torcedor do clube, o Fiel Torcedor. Daí veio a ideia de deixar a torcida escolher o nome do estádio. Arena do Povo e Arena da Fiel estão entre as possibilidades, como revelou o UOL Esporte. Com esse gesto, se o projeto for concretizado, o parceiro tentará criar um vínculo para convencer os sócios-torcedores a comprarem o que será oferecido.
Mas o Fiel Torcedor dá tanto dinheiro assim para compensar um investimento entre R$ 300 e 400 milhões? Não, mas mudanças agressivas no formato do programa aumentariam o rendimento. Uma das fórmulas estudadas é fazer com que a entrada no estádio seja por meio de um cartão de crédito. A ele seriam agregados outros produtos, como seguro.
Se oferecer mais benefícios, o programa pode ser mais caro. Hoje, em média, o corintiano paga anuidade de R$ 170, mas não tem direito nem a ingresso, que precisa ser comprado separadamente. Ele ganha descontos e privilégio para comprar os bilhetes conforme sua frequência no estádio.
No novo formato, uma anuidade de cartão de crédito a R$ 100 (número escolhido aleatoriamente pelo blog como exemplo) geraria R$ 10 milhões a cada 100 mil sócios (na conta não estão eventuais encargos a serem cobrados pela administradora do cartão). Hoje são cerca de 130 mil associados. Os mais otimistas falam em pelo menos triplicar essa quantidade de membros num sistema projetado para o comprador do naming rights ter lucro.
Para esse plano dar certo, é necessário que o Fiel Torcedor esteja livre para o novo parceiro. Por isso, passou a ser negociada a saída da Omni, que administra o programa e fica com cerca de 50% da receita gerada, conforme publicou a Folha de S.Paulo. Como mostrou o blog, a rescisão estava emperrada porque a empresa queria receber mais do que o clube estava disposto a pagar. Mas as conversas evoluíram nos últimos dias.
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