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Opinião: erros repetidos fazem vantagem de Tite sobre outros técnicos cair

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24/04/2016 10h56

Na opinião deste blogueiro Tite é o melhor treinador do Brasil. Mas, sua vantagem sobre os demais não é tão ampla quanto era em dezembro. O fato de não colocar um dos times de melhor estrutura do país na final do Campeonato Paulista é um sinal disso.

Outros sintomas são as derrotas em duelos táticos com colegas bem menos badalados do que ele, como Fernando Diniz, na eliminação nos pênaltis para o Audax nas semifinais do Estadual, e Cuca, na derrota por 1 a 0 para o Palmeiras.

As duas partidas mostram uma certa dificuldade de Tite em sair de armadilhas preparadas por seus colegas. Falta aquela rapidez para mudar o jogo característica dos gênios.

Porém, o pecado maior no trabalho do técnico corintiano, excelente para quem perdeu meio time no início do ano, é não conseguir sanar problemas que se repetem. É o caso dos pênaltis desperdiçados pelos corintianos. Treinador não cobra pênalti, mas ele é o responsável maior por todo aprimoramento técnico individual, não só pelo coletivo.

A imagem de Romero e André brigando pela bola para bater pênalti contra a Ponte Preta em Itaquera sugere uma bagunça que não combina com a imagem de excelência que nos acostumamos a associar a Tite. Só naquele jogo foram dois pênaltis perdidos, um pelo paraguaio e outro por Luciano.

No ano, são seis cobranças desperdiçadas em nove tentativas, contando a disputa com o Audax. Nos últimos dias, o time intensificou o treinamento de cobranças, mas não resolveu o problema. Treinar mais não significa necessariamente treinar o suficiente ou treinar certo. E cabe a Tite cuidar disso.

 Manter Romero na reserva no atual momento também é um erro repetido que não se encaixa com o status do treinador corintiano.

Repetidas também são as eliminações sofridas pelo Corinthians em mata-matas em casa no retorno de Tite. Foram quatro desde 2015.

Os delizes, que fazem parte da profissão, não impediram Tite de levar o Corinthians a terminar a fase de classificação do Paulista com a melhor campanha e de se classificar sem sufoco para as oitavas-de-final da Libertadores. Enquanto ele atingia esses feitos, outros técnicos também se destacavam, como Fernando Diniz, Roger Machado, Diego Aguirre e Sérgio Vieira. Todos ainda comem poeira atrás do corintiano, mas seus trabalhos combinados com os tropeços do comandante alvinegro são um convite para repensarmos o endeusamento de Adenor.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.