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Como eliminações atrapalham quitação de empréstimo pela Arena Corinthians

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05/05/2016 07h13

Atualizado às 10h55*

As eliminações nas oitavas de final da Libertadores e nas semifinais do Paulista significam um golpe para o Corinthians em termos de pagamento da conta de sua arena. Tendo como base as arrecadações nas últimas partidas do time nas duas competições, o alvinegro deixará de obter pelo menos cerca de R$ 5,3 milhões em renda bruta (sem contar as despesas). Cada parcela inteira do financiamento de R$ 400 milhões feito junto ao BNDES via Caixa Econômica para quitar parte da obra custa cerca de R$ 5,7 milhões.

Nas eliminações contra Nacional e Audax as rendas brutas foram de, respectivamente, cerca de R$ 2,8 milhões e R$ 2,5 milhões (R$ 1,3 milhão descontadas as despesas). A receita com a venda de bilhetes vai para o fundo que administra o estádio pagar o parcelamento. Além disso, há o gasto aproximado de R$ 2,7 milhões mensais com manutenção e operação da arena.

O cálculo feito pelo blog leva em conta a receita bruta que o clube teria na final do Estadual e nas quartas de final da Libertadores. Se chegasse na final do torneio continental, o alvinegro poderia arrecadar cerca de R$ 5,6 milhões com jogos em casa com a venda de bilhetes, mas teria que descontar as despesas antes de pagar o parcelamento. Ou seja, não ser finalista das duas competições significou deixar de levantar aproximadamente R$ 10,9 milhões com arrecadação bruta. As despesas na partida contra o Audax, divulgadas pelo clube, foram pouco superiores a 50% do total arrecadado. Tomando por base esse dado, os R$ 10,9 milhões se transformariam em pouco mais de R$ 5,4 milhões suficientes para pagar uma prestação.

A diretoria e o fundo que administra o estádio admitiram em reunião do Conselho Deliberativo as dificuldades para quitar as prestações. No último dia 15, a parcela de abril não foi paga, e o departamento financeiro do Corinthians alegou ao blog que não fez o pagamento porque espera conseguir uma nova carência de 19 meses no financiamento para igualar o prazo obtido por outros estádios da Copa de 2014. A Arena Corinthians foi inaugurada em 2014 pouco antes do Mundial.

*A versão inicial do post não esclarecia que foram citadas receitas brutas.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.