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Demissão coletiva não deixa legado nos escombros da seleção brasileira

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14/06/2016 16h41

A dissolução da comissão técnica da seleção brasileira, incluindo a demissão de Gilmar Rinaldi, mostra que era papo furado a história de planejamento exemplar pregada pela CBF no anúncio da dupla.

Claro que Dunga não tinha mais condições de seguir no cargo. Mas sua queda escancara o erro de planejamento que foi sua efetivação como treinador também da seleção olímpica, que terá seus planos mudados às vésperas da Olimpíada.

Já a demissão coletiva mostra que não foi feito nenhum planejamento a longo prazo. Praticamente não será possível encontrar nenhum legado nos escombros da seleção brasileira.

Como muitos clubes brasileiros ainda fazem, a confederação errou ao montar a comissão técnica ao gosto de seu treinador quando o caminho mais eficiente é ter uma equipe fixa de trabalho. Se é preciso trocar o técnico, a estrutura é mantida e a transição é menos traumática.

Agora, dois anos antes da próxima Copa do Mundo, o trabalho recomeçará praticamente do zero. Pior, o cheiro que vem da sala de Del Nero sugere que o erro será cometido também com o substituto de Dunga. Isso porque se fala no desembarque de Tite cercado por um estafe de sua confiança.

Assim, o futebol brasileiro caminha na base do imediatismo, do improviso. A CBF não aprendeu realmente nada com o 7 a 1.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.