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Opinião: Desleixo da diretoria faz Corinthians passar sufoco por técnico

Perrone

18/06/2016 00h54

O Corinthians passa sufoco para definir o sucessor de Tite por bobeada de sua diretoria. Pelo menos desde 2015 era esperado que a vaga de Dunga caísse no colo do agora ex-técnico corintiano. E o que os cartolas alvinegros fizeram para se preparar? Nada.

Pior. O presidente Roberto de Andrade disse, sem ficar corado, que foi surpreendido com a ida de Tite para CBF.

O caminho óbvio era, no ano passado ou até antes, ter convencido Tite a preparar um auxiliar para assumir seu cargo. A transição não teria custos e o novato estaria apto a dar continuidade ao trabalho de seu antecessor.

Se o clube quer Sylvinho agora, deveria ter oferecido um plano de carreira antes de ele deixar o posto de assistente de Tite com a garantia de que seria o sucessor do chefe. Talvez ele preferisse isso a ser assistente na Itália.

Porém, os dirigentes deixaram o tempo passar e agora passam pelo constrangimento de ver treinadores dizendo publicamente ou indiretamente, como Eduardo Baptista e Roger Machado, que não querem assumir o clube. Tem também o caso de Sylvinho, que afirmou priorizar seus estudos na Europa, sem descartar voltar ao Parque São Jorge.

Além do desconforto de colecionar negativas, existe a parte pior, que é saber que não há neste momento um plano de trabalho para equipe. Vai depender de quem assumir a prancheta corintiana.

Indefinição costuma ser letal em campeonato de pontos corridos, como o Brasileirão. Quanto mais demorar para sair a fumaça branca, fica mais difícil de o Corinthians conquistar o segundo título nacional seguido. Pelo menos em tese.

Duro para o torcedor é saber que toda essa sangria poderia ser evitada com uma dose de planejamento.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.