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Opinião: justificativas de Dunga só ressaltam que a seleção não evoluiu

Perrone

13/06/2016 07h49

Explicando a eliminação da seleção brasileira na Copa América Dunga foi tão mal quanto comandando o time nacional. Justificativas dadas pelo treinador só ressaltam como seu trabalho está longe do desejado pelo torcedor.

No discurso desastroso, o treinador disse que "elogiamos a Alemanha que trabalhou 14 anos e queremos resultado em dois anos". Daí você para e pensa no que ele fez desde o retorno à seleção.

Dunga pegou um time humilhado após a goleada de 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo. E que hoje sofre a humilhação de ser eliminado na primeira fase da Copa América.

A seleção não tem padrão de jogo definido e nem uma equipe titular consolidada. Ou seja, em dois anos, praticamente nenhuma evolução foi vista.

A questão não é fazer em 24 meses o que os alemães fizeram em mais de uma década. Mas mostrar um crescimento compatível com o tempo de trabalho, o que o estágio atual da seleção mostra que não rolou.

O treinador afirmou também ter "certeza que o torcedor viu o jogo, o primeiro tempo e viu como o Brasil foi eliminado. Não foi no futebol".

Esse é o ponto. Não é nem preciso ter assistido ao jogo para saber que o erro do juiz só atrapalhou a seleção porque ela foi incompetente para fazer um mísero gol contra o Peru. A justificativa valeria se tivesse sido um duelo contra a Argentina, por exemplo, mas não com um adversário que não está entre os grandes do futebol mundial.

E culpar a arbitragem, sugerindo esquema para favorecer ao México, é repetir a estratégia de Felipão durante a Copa de 2014. Ou seja, mais uma demonstração de que não houve evolução desde os 7 a 1.

Mas Dunga não é o principal culpado. A conta é de Marco Polo Del Nero, que já dava as cartas quando Marin contratou um técnico que estava parado, que é trabalhador, exigente nos treinos, mas que está longe de ter feito algo na carreira de técnico que justifique ocupar o cargo que ocupa. A aposta incompreensível de Del Nero e Marin fez com que em dois anos o Brasil nem começasse a sair do buraco em que se se enfiou.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.