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Técnico chateado e oposição atiçada. Como Getterson mexeu com o São Paulo

Perrone

25/06/2016 09h13

Técnico chateado, torcida feliz e oposição atiçada. A anulação da contratação de Getterson, do J.Malucelli, deixou sequelas no São Paulo.

A mais sentida pela diretoria é a reação do técnico Edgardo Bauza, que disse não encontrar explicação lógica para a desistência de contar com o jogador após a descoberta de postagens feitas por ele em 2012 no Twitter se declarando corintiano e se referindo aos são-paulinos como bambis. Gente da diretoria interpretou a reação do treinador como uma demonstração pública de chateação e tenta avaliar a extensão dessa insatisfação.

Mais incisivo nos bastidores foi o reflexo do episódio na oposição. Conselheiros oposicionistas aproveitaram a desastrosa tentativa de contratação para atacar a diretoria afirmando que o clube tinha a obrigação de saber das postagens antes, o que teria evitado a assinatura do contrato. Afirmam que foi mais uma trapalhada da diretoria, lembrando a negociação com Cueva. Na ocasião, o então diretor Luiz Antônio da Cunha pediu para que as conversas com o peruano fossem interrompidas até a definição da situação de Maicon, por questões financeiras. Porém, ele não foi ouvido pelo executivo Gustavo Vieira de Oliveira e pediu demissão.

A reação dos opositores é considerada natural por dirigentes são-paulinos. Além disso, a direção do clube alega que monitora nas redes sociais os jogadores que estão sendo contratados, mas que num primeiro momento Getterson afirmou não ter conta no Twitter.

Como termômetro para medir a reação interna à decisão de desistir da contratação, a diretoria tricolor usa o fato de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, ter informado em primeira mão sua definição a dez conselheiros que se reuniriam com ele por outros motivos e ter recebido o apoio de todos.

O próprio presidente se irritou com o que Getterson escreveu sobre o clube, mas também pesou na decisão avaliação de que sua manutenção no elenco poderia contaminar o time com eventuais vais que ele recebesse durante uma partida difícil, por exemplo. Nas redes sociais, a maioria dos torcedores que se manifestou demonstrou indignação com o ex-reforço e aplaudiu a decisão dos cartolas de cancelar o negócio. Segundo a direção, não houve custos para o clube.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.