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Por que não se fala mais em naming rights no Corinthians após quase anúncio

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02/07/2016 08h48

Com Dassler Marques, do UOL, em São Paulo

No início de dezembro de 2015, a diretoria do Corinthians cogitava anunciar a venda dos naming rights do estádio do clube numa festa após o último jogo do time no Brasileirão para comemorar o título nacional. Cássio era titular incontestável e idolatrado pela torcida, assim como Tite. Gil reinava na defesa, Ralf, Jadson e Renato Augusto no meio de campo, e Vágner Love no ataque.

Sete meses depois, a equipe é vice-líder do Brasileirão, antes zoado pelos rivais, o Palmeiras é o primeiro colocado, Cássio, criticado pela torcida, corre o risco de voltar para reserva, o técnico agora é Cristóvão, substituto de Tite, novo treinador da seleção, Gil, Ralf, Jadson, Renato Augusto e Love deixaram o clube. Quase tudo mudou, mas não o nome da Arena Corinthians.

No semestre que passou, o corintiano se acostumou a ouvir que estava tudo certo para o anúncio do novo nome, que seria escolhido por ele, por meio de uma pesquisa do fundo que compraria os direitos interessado em lucrar com o Fiel Torcedor e outros produtos voltados para a massa alvinegra.

Em abril, o presidente Roberto de Andrade mais uma vez disse que o anúncio estava próximo. Três alternativas de data eram estudadas. Mais uma vez, nada.

Desde então, assunto sumiu da boca dos cartolas, morreu no Parque São Jorge.

Conselheiros da oposição fazem chacota. Dizem que o clube tentou um acordo com dois jovens inexperientes, pelo menos um deles publicitário, e que não deu certo. Por sua vez, a diretoria faz troça da versão, afirmando que a negociação é com um fundo ligado a investidores com vasta experiência no exterior.

Apesar da demora e do silêncio, quem cuida do negócio, segue inabalável, confiante no acerto.

Mas, então, por que nunca mais se falou no assunto?

A explicação de gente que trata da negociação pelo clube é que ainda faltam detalhes para o anúncio. Quais são esses detalhes ninguém fala. A justificativa é que a ordem é fechar o bico porque a cada vez que sai uma notícia na imprensa a expectativa do torcedor aumenta e vira frustração em seguida por causa da demora inevitável. O plano é fazer com que a negociação pelo nome do estádio só vire assunto novamente na divulgação do acerto.

Sobre os comentários de conselheiros do clube a resposta é que nenhum membro do Conselho Deliberativo tem acesso à negociação. O blog lembra que parte deles tem contado com a diretoria e o presidente.

Nesse clima de mistério, o torcedor corintiano não tem nada a fazer a não ser torcer para dar certo. Ele entende a importância dessa negociação para o clube pagar a dívida pela construção de sua casa própria.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.