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Opinião: Neymar mostra quatro faces na Rio-2016

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14/08/2016 10h25

Um jogador comum, o maestro do time, craque que garante a vitória num lance e o esquentadinho que pode ser expulso e colocar tudo a perder. Essas quatro faces foram apresentadas por Neymar até aqui na Rio-2016, numa demonstração de irregularidade preocupante para a seleção brasileira.

Nas duas primeiras partidas da Olimpíada, os empates sem gols contra África do Sul e Iraque, o astro do Barcelona teve atuação discreta, não fez algo que o destacasse dos demais.

Já diante da Dinamarca, foi maestro, garçom e fundamental para a goleada por 4 a 0, mesmo sem balançar as redes.

Neste sábado, desequilibrou uma partida difícil com a Colômbia ao cobrar uma falta com maestria e abrir o caminho para a vitória por 2 a 0 que colocou a seleção nas semifinais da Olimpíada. Porém, no mesmo jogo, Neymar mostrou uma impressionante dificuldade para lidar com provocações e marcação dura, às vezes violenta, dos adversários. O atacante do Barça levou um cartão amarelo e ficou a impressão de que poderia cair na armadilha colombiana e ser expulso.

A maneira como se desequilibrou não combina com a experiência que o brasileiro já tem, apesar de jovem. Muito menos com a braçadeira de capitão do time nacional. Desde as categorias de base ele é caçado e provocado. Deveria saber tirar isso de letra. Mas não sabe, e quando os rivais apertam o botão certo ele vira uma bomba-relógio, capaz de explodir o sonho dourado da seleção com uma expulsão.

Essas atuações irregulares fazem a sorte do Brasil na Rio-2016 depender de qual Neymar estará em campo contra Honduras e numa eventual final ou disputa pelo bronze.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.