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Opinião: Palmeiras sofre risco de desmotivação dos atletas que segurou

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01/08/2016 06h39

 

A diretoria do Palmeiras agiu certo, na opinião deste blogueiro, ao recusar ofertas por seus destaques no Brasileirão a fim de não enfraquecer o time na disputa do título. Porém, a decisão tem seus reflexos. O mais importante deles é o risco de desmotivação de jogadores que tiveram a oportunidade de ganhar uma bolada no exterior, mas não puderam ir.

São os casos de Dudu, Roger Guedes e Vitor Hugo. Não se trata de acreditar que os atletas possam fazer deliberadamente corpo mole por verem fracassar suas transferências, mas de um risco natural de desmotivação que pode atingir todo profissional que vê passar uma boa oportunidade na carreira. Cabe agora à comissão técnica e à direção acompanhar de perto a reação de cada um, identificar se há queda de rendimento e trabalhar os casos artesanalmente.

Existe ainda a situação de Gabriel Jesus, que pode voltar da seleção olímpica já negociado com Manchester City (não Juventus como foi publicado de maneira errada na primeira versão do post) para se apresentar ao Inglês em janeiro de 2017. Jogadores compromissados com futuras equipes sempre são alvos de preocupação de seus times, pois também há o risco de o desempenho despencar involuntariamente. É natural que a concentração no trabalho atual seja menor diante da expectativa de uma brusca mudança de vida.

O Palmeiras também terá que lidar com a fratura no cotovelo direito de Fernando Prass, uma de suas principais armas para tentar conquistar o Brasileirão.

Os obstáculos que a equipe de Cuca terá que superar para chegar ao título só reforçam a complexidade do Campeonato Brasileiro. Não será fácil para ninguém levantar o caneco.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.