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Palmeiras deve prêmio de título para ao menos 2 atletas que deixaram time

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02/08/2016 06h00

No final da noite de 2 de dezembro de 2015, o zagueiro Jackson e o lateral João Paulo comemoravam o título da Copa do Brasil pelo Palmeiras. Hoje, oito meses depois, eles são colegas de time no Bahia e ainda não receberam a premiação prometida pelo alviverde pela conquista.

Procurada pelo blog, a dupla confirmou o débito. "Até hoje não pagaram. Já falei com o (gerente de futebol) Cícero (Souza), com o (diretor remunerado) Alexandre Mattos, só não cheguei até o (presidente Paulo) Nobre. Procurei os dois para ter uma posição, mas eles falam que vão conversar com o (departamento) financeiro do clube e não passam posição nenhuma, não dão uma data. O que eu quero é só uma satisfação. Podem me dar um prazo, eu posso esperar, mas eu preciso de um prazo. Depois do título, o combinado era pagar em cinco prestações, a partir de janeiro, mas não pagaram nem a primeira, nem a última, não pagaram nenhuma", afirmou Jackson.

"Estou na mesma situação do Jackson, quem saiu do clube no final do ano passado não recebeu. O que sei é que eles pagaram tudo para quem ficou no Palmeiras", disse João Paulo.

O blog não conseguiu confirmar outros casos de atletas que saíram da equipe e levaram calote. A assessoria de imprensa do clube disse apenas que "a Sociedade Esportiva Palmeiras não se manifestará por entender que o Blog do Perrone não é o foro adequado para discutir seus assuntos financeiros".

A premiação combinada pelo Palmeiras era de R$ 250 mil divididos em cinco parcelas para quem participasse de todos os jogos do time no torneio. "Eu e o Prass somos os que mais jogaram. Das 12 partidas, participamos de 11", afirmou Jackson.

Ele e João Paulo ainda não decidiram se vão entrar na Justiça para tentar receber o prêmio, que, como de praxe, não está registrado em contrato. Até agora não pensei nisso, mas há de se conversar. Não sou só eu, tem mais jogadores sem receber. Se todo mundo que não recebeu quiser entrar na Justiça, a gente entra também, não vamos estar fazendo nada de errado. Eles poderiam entrar num acordo, dar uma posição, ligar, mas é a gente que tá correndo atrás e sempre ouvindo a mesma resposta, que vão resolver, mas eles nem dão um prazo", declarou João Paulo.

"Tenho carinho enorme pela instituição, fiz muitos amigos ali, o torcedor do Palmeiras tem um carinho enorme, eles me pedem para voltar. Então, o que eles (dirigentes) estão fazendo não vai apagar isso. Mas vou procurar um advogado para ver até onde eu posso ir para tentar receber. Se tiver que fazer alguma coisa, não vou fazer com gosto, mas vou fazer. Não estou pedindo favor. É uma coisa que eu conquistei. Por que pagaram outros jogadores e não me pagaram? Quem ficou no clube recebeu, e quem saiu? Acredito que todos têm o mesmo direito, todo mundo brigou por um objetivo", afirmou Jackson.

Os dois jogadores também se disseram incomodados pela fato de a diretoria passar uma imagem de que colocou as finanças em ordem enquanto deve para eles. "Fico chateado pra caramba por causa disso. Vejo matéria por aí dizendo que eles fecham o mês com tudo redondinho, no verde, e realmente não está assim", desabafou Jackson.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.