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Opinião: Corinthians já coloca em risco planejamento para 2017

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18/09/2016 09h08

O episódio da demissão de Cristóvão Borges torna mais difícil para Roberto de Andrade sustentar sua afirmação de que o planejamento para 2016 foi bem feito. Ao demitir o treinador assim que terminou o jogo com o Palmeiras, neste sábado, o presidente parece ter se preocupado mais em salvar sua própria pele após ser xingado por torcedores do que com o futuro do time.

Em seguida, Andrade anunciou o auxiliar Fábio Carille como substituto até o fim do ano. Solução agora, ele não servia três meses atrás quando Tite acertou com a CBF. Na opinião deste blogueiro, era óbivo que naquele momento o auxiliar representava uma opção mais segura do que Cristóvão, pois conhecia o elenco e o sistema de trabalho do antecessor. Mas a direção só chegou a essa conclusão agora, depois de a equipe se afastar da briga pelo título nacional.

Além de escancarar o erro do passado, a opção por Carille até dezembro já ameaça o planejamento para 2017. Isso porque se soubesse quem será seu técnico em janeiro, o clube poderia planejar contratações com mais segurança para o próximo ano. Começar já a montagem do time para o ano que vem representa uma vantagem significativa em relação aos rivais que demorarem para se mexer.

A opção por Carille agora também faz o alvinegro perder a chance de contar com Roger Machado, um bom nome que neste momento está disponível. Em dezembro pode não estar.

No final da história, Cristóvão pagou o pato sozinho. Faltou a diretoria explicar quem deu a ideia de contratar o treinador que não tinha em seu currículo nada que indicasse a possibilidade de sucesso em Itaquera. Foi empresário que indicou? Se foi, ele ganhou comissão apesar da política de corte de gastos do presidente? Quem na diretoria foi a favor e quem foi contra a sugestão? Essas respostas são importantes para ficar claro quem são os responsáveis pelo erro grosseiro que pode custar até a vaga na próxima Libertadores.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.