Topo

Perrone

Opinião: Cunha terá que ser bombeiro no vestiário e na política do SPFC

Perrone

09/09/2016 12h11

Em reunião com o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, nesta sexta, noticiada pelo blog, Marco Aurélio Cunha acertou sua volta para o futebol tricolor, agora no lugar do executivo Gustavo Vieira de Oliveira, que caiu na última quarta.

Os desafios do novo dirigente remunerado vão além de recolocar o time nos trilhos. Ele terá também a missão de tentar abrandar a pressão política sobre Leco, que vive sob fogo cerrado da oposição e ultimamente recebia críticas até de membros de sua diretoria por manter Gustavo.

Ao contrário de seu antecessor, Marco Aurélio é profundo conhecedor da política são-paulina por ser conselheiro e apontado há anos como possível candidato à presidência. Pelo menos as ferramentas para tentar isolar o futebol da fogueira política ele tem. Por ser um colega de Conselho Deliberativo, em tese, terá mais facilidade para conversar com conselheiros e diretores descontentes do que Gustavo. O filho de Sócrates nunca teve missões políticas no clube e gostava de tocar seu trabalho sem muito papo com quem não era do departamento. Atitude, aliás, correta na opinião deste blogueiro.

Ao mesmo tempo em que tem perfil político, por ter atuado como médico e superintendente de futebol do clube, Cunha não é um alienígena no vestiário. Tem muitos amigos boleiros e sempre foi de chamar jogador para conversar em momentos de crise. Fez muito isso com o instável Adriano nos tempos do Imperador no São Paulo. Não falar a linguagem da boleirada era uma crítica dos cartolas a Gustavo.

Em sua volta ao CT da Barra Funda, Marco Aurélio terá testada toda sua habilidade para lidar com atletas. Apesar de negarem publicamente, integrantes da diretoria avaliam que o grupo está rachado e que há jogadores pouco comprometidos.

Assim, caberá ao coordenador de futebol feminino licenciado da CBF ser bombeiro no vestiário e na política.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.