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Como crise política fragiliza Oswaldo dentro do Corinthians

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16/10/2016 06h00

 Não é só a alta rejeição entre torcedores e conselheiros que faz Oswaldo de Oliveira já chegar fragilizado ao Corinthians. A nova crise política do clube, que chegou ao auge com sua contratação, torna mais delicada a situação do novo treinador alvinegro.

Há meses, Andrés Sanchez e aliados dele vinham se estranhando com Roberto de Andrade. O atrito se tornou público com o pedido de afastamento do então diretor de futebol Edu Ferreira por não ter sido ouvido pelo presidente ao sugerir que ele não contratasse Oswaldo.

Edu, apesar de ser extremamente ligado a Andrés, era um raro seguidor do ex-presidente que permanecia ao lado de Andrade. Mais do que isso. Como o presidente vai pouco ao clube e ao CT, Edu era o representante da diretoria junto ao elenco. Cabia a ele apagar incêndios e blindar o o grupo, jogadores e membros da comissão técnica quando necessário.

Andrade perdeu essa peça no tabuleiro. Não tem ninguém para proteger seu novo treinador, que já chega sob fogo cerrado da torcida. No mapa político corintiano, Roberto tem poucas opções para escolher um diretor de futebol cascudo para aguentar os tempos difíceis que estão por vir.

 Nesse cenário, Oswaldo praticamente não terá margem de erro. A primeira patinada do time o deixará na mira de (grande) parte da torcida irritada com sua chegada. Depender do mesmo presidente que demitiu Cristóvão Borges no vestiário após a derrota no clássico com o Palmeiras para se proteger não é das situações mais confortáveis. Ainda mais pelo fato de agora Andrade precisar gastar energia para desviar dos tiros que devem vir de seus ex-aliados. Conselheiros do clube esperam que em breve Andrés dê entrevista criticando Roberto.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.