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Falhas na segurança e na acusação são apontadas por defesa de corintianos

Perrone

30/10/2016 09h24

Falha na segurança durante o jogo e erro na acusação são apontados pela defesa da maioria dos corintianos presos no Rio após a briga com a Polícia Militar na partida com o Flamengo no Maracanã.

O entendimento é de que a Justiça errou ao acusar os torcedores de associação criminosa, pois não teria provas de que eles combinaram de ir para o Rio de Janeiro para praticar crimes, como agredir policiais.

A tese é de que a viagem foi com o intuito apenas de assistir ao jogo e que por alguns fatores houve a briga. O caso seria diferente do processo enfrentado por membros da Gaviões da Fiel pela morte de dois palmeirenses num confronto na Avenida Inajar de Souza, em 2012. Em relação ao conflito de quatro anos atrás a Justiça juntou provas de que os torcedores planejaram a briga com a intenção de matar rivais, pois chegaram até a passar a noite anterior à batalha reunidos e armados. Foram ao local exclusivamente para brigar.

Já no Maracanã os torcedores esperavam o início da partida quando começou uma troca de xingamentos com flamenguistas. Torcedores dos dois lados tentaram invadir a área da outra torcida se aproveitando do pequeno policiamento naquele setor. Quando os policiais militares, em número muito menor do que os corintianos, tentaram controlar a situação, foram agredidos. Assim, uma suposta falha na segurança teria criado a oportunidade para os brigões entrarem em ação de maneira espontânea e que não justifica a associação para o crime na opinião de sua defesa.

Há também uma tese inusitada defendida pelo menos por parte da defesa de que o pequeno número de policiais na divisa entre as duas torcidas foi proposital para que houvesse a briga. A ação faria parte de um grande complô para criar a oportunidade de incriminar as torcidas organizadas e conseguir acabar com elas, abrindo espaço para a presença de mais torcedores com maior poder aquisitivo nos estádios. Essa teoria, no entanto, não deve ser levada à Justiça.

A defesa dos corintianos também entende que a maioria dos presos não participou do conflito. Só quatro dos 31 detidos teriam brigado.

 

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.