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MP pede quebra de sigilo bancário de clube que vendeu Maidana ao São Paulo

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28/10/2016 06h00

O Ministério Público paulista pediu a quebra de sigilo bancário do Monte Cristo, time que revendeu Iago Maidana para o São Paulo após ficar apenas dois dias com o jogador, comprado junto ao Criciúma. Esse foi um dos episódios que culminaram com a renúncia de Carlos Miguel Aidar da presidência do clube tricolor.

O pedido foi feito pelo GEDEC (Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de dinheiro e de Recuperação de Ativos do MP) faz cerca de um mês, mas ainda não foi apreciado pela Justiça.

A principal suspeita da promotoria é de lavagem de dinheiro na operação em que o Monte Cristo, de Goiás, foi usado como clube ponte para que Maidana chegasse ao Morumbi.

Se a quebra de sigilo for aceita, o Ministério Público vai descobrir de onde veio o dinheiro da equipe goiana para comprar o atleta, de quem ela recebeu pela venda e se essa quantia foi repassada a alguém, além de saber os valores exatos da negociação. Ou seja, os promotores querem seguir o caminho do dinheiro para apurar se houve crime e quem o cometeu.

A operação teve a participação da empresa Itaquerão Soccer, apesar de a Fifa proibir dinheiro que não seja de clubes na compra de jogadores. O Monte Cristo alega que, numa operação lícita, a Itaquerão emprestou R$ 400 mil, valor pago ao Criciúma por Maidana. De acordo com o MP, o São Paulo pagou R$ 2 milhões pelo atleta dias depois de ele ter sido comprado pelo clube de Goiás.

Ao Ministério Público, Maidana disse que só rescindiu com o Criciúma depois de acertar sua transferência para o time paulistano, o que torna inexplicável o motivo para o São Paulo esperar o jogador ser transferido para o Monte Cristo e custar mais.

O MP passou a investigar o caso depois de receber uma série de denúncias sobre supostas irregularidades na gestão de Aidar. Existe até a acusação de que a Itaquerão Soccer teria envolvimento com o PCC, o que a empresa nega.

A quebra de sigilo bancário do Monte Cristo não foi a única pedida pelo Ministério Público. Antes, foi requerida a abertura dos dados da empresa de Cinira Maturana, namorada de Aidar. Ela tentou impedir na Justiça a quebra, mas não conseguiu.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.