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Com equipe própria, Corinthians põe 'expert' em sites para vender camarotes

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01/11/2016 09h00

No primeiro semestre deste ano, a diretoria do Corinthians montou uma equipe de especialistas em vendas para tentar alavancar a negociação de propriedades do estádio, como a maioria dos camarotes encalhados desde a inauguração da arena. Porém, recentemente, o clube fechou um acordo coma a ESM (Entertainment Sports Management) pelo qual ela é a única empresa com o direito de comercializar esses espaços pelo menos até o final do ano. É um período de testes que pode ser prorrogado.

Assim, apesar de ter criado seu próprio time para fazer as vendas, o clube dará comissão a terceiros, se eles conseguirem fechar negócios. Segundo Emerson Piovezan, diretor financeiro corintiano, o trato está valendo há cerca de três meses, mas nenhum camarote foi negociado.  A ESM, por sua vez, diz que está prestes a formalizar o período de testes, por isso ainda não vendeu nada.

Em seu site, a ESM não se apresenta como uma especialista em venda de camarotes, atividade recente no Brasil. "Administramos sites e redes sociais dos principais times do país. Formamos e gerenciamos banco de dados de torcedores/consumidores de esportes. Planejamento de projetos sob medida para empresas que querem conectar suas marcas aos valores do esporte. A ESM trabalha em parceria com os clubes de futebol como uma extensão de seus departamentos de marketing e comunicação no desenvolvimento de execução de projetos costumizados", dizem trechos da descrição das atividades da emprea em seu site.

Além do Corinthians, ela se apresenta como parceira de Santos, São Paulo, Palmeiras, Vasco, Internacional e Cruzeiro. Seu principal negócio é cuidar de sites de vendas de produtos oficiais. Na Junta Comercial de São Paulo, a empresa está cadastrada como ESM Participações e Consultoria. Como objeto social aparecem desenvolvimento de programas de computador sob encomenda, tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet, além de outras atividades de prestação de serviços de informação, produção e promoção de eventos esportivos e outras atividades esportivas.

Para Piovezan, não é uma contradição colocar uma empresa para vender camarotes após o clube montar sua própria equipe. "É um teste que estamos fazendo. Se der certo continuamos, mas isso não atrapalha o nosso trabalho. Nossa equipe continua trabalhando nas vendas. Se nós vendermos não temos quer dar nada para a empresa", afirmou o dirigente. Sobre nenhum camarote ter sido negociado pela parceira, ele disse que a crise econômica no país faz com que vendas sejam difíceis em qualquer ramo.

A equipe corintiana também não tinha conseguido destravar as negociações dos camarotes.

Uma série de fatores, como alto preço inicial, demora na conclusão e estrutura inferior à projetada em seu entorno transformaram esses espaços em micos na arena.

Apesar de Piovezan afirmar que o período de testes já começou, Eduardo José Veronese Generoso, um dos sócios da ESM, disse ao blog que o acordo está em fase final para ser oficializado. "Por isso não começamos a vender os camarotes", declarou ele.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.