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Odebrecht retoma obra polêmica na Arena Corinthians

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28/11/2016 18h57

A Odebrecht retomou nesta segunda a obra na Arena Corinthians que gerou polêmica na semana passada. Os trabalhos tinham sido paralisados depois que o clube descobriu que reparos e a retirada de lama na área de uma tubulação desacoplada estavam sendo feitos sem sua autorização.

Irritado, Roberto de Andrade, presidente corintiano, determinou que os trabalhos na arena só sejam feitos depois de o clube receber informações como causas, locais exatos e empresas que farão os serviços. O Odebrecht, então, parou os trabalhos e reclamou da atitude do clube, que já sabia de problemas no local e suspeita que a construtora agiu rapidamente para esconder falhas apontadas por auditoria encomendada pelo Corinthians.

A construtora disse que retomou a obra após enviar laudos e todas as informações referentes à operação na tubulação para o fundo que administra a arena e é formado por uma das empresas do grupo Odebrecht e pelo clube. Segundo a construtora, o fundo repassou a documentação ao Corinthians e obteve a autorização para a retomada dos trabalhos. O blog não conseguiu confirmar com o clube que houve concordância para a retomada da obra.

A Odebrecht mantém sua oposição de que apesar dos reparos não há risco estrutural na arena e que houve falha na manutenção. Ela responsabiliza o Corinthians, que diz ser o fundo o responsável pela manutenção do estádio.

Abaixo, veja nota emitida pela Odebrecht sobre o assunto.

"A Construtora Norberto Odebrecht (CNO) informa que reiniciou hoje (28/11) as obras de reparos na tubulação do "piscinão" — sistema de amortecimento e escoamento de águas pluviais – situado na área externa da Arena Corinthians. O reinício dos trabalhos foi solicitado pelo Fundo de Investimento Imobiliário (FII) que controla a Arena e é composto pelo Sport Club Corinthians Paulista (SCCP) e Odebrecht Participações e Investimentos (OPI). O FII solicitou e o Clube reviu decisão tomada no dia 23/11, quando, assessorado pelo Escritório Molina & Reis, determinou a paralisação das atividades.

Tanto o FII quanto o SCCP têm em sua posse documentos e laudo mostrando que o acúmulo de lama no "piscinão" e o consequente desacoplamento de parte da tubulação são decorrência de não aplicação de rotinas de inspeção das instalações da Arena previstas no Manual de Uso, Operação e Manutenção (de posse do clube desde 2015). Estas rotinas de manutenção e inspeção estão a cargo de empresa terceirizada cuja gestão é responsabilidade do clube. Este laudo técnico e documentos também demonstram que, embora a obra na área do "piscinão" seja necessária, a ocorrência não compromete a estrutura do estádio. E, portanto, a Arena Corinthians é totalmente segura para seus frequentadores – como aliás atestam recentes vistorias técnicas realizadas recentemente pela Defesa Civil, Ministério Público Estadual e Prefeitura de São Paulo.

Mesmo não sendo a responsável pela manutenção, a CNO havia identificado, em 18/11, por meio de seus técnicos, uma deposição de lama no interior do reservatório. O fato foi informado ao Corinthians e a CNO, tomou, por precaução, providências imediatas para remover o material acumulado no piscinão e recompor a parte danificada da rede de escoamento. A CNO decidiu inspecionar a Arena Corinthians em função das recentes publicações de imprensa explorando de forma descontextualizada fotos e imagens antigas, colocando indevidamente a segurança da Arena sob suspeita. Também a decisão de fazer a limpeza e reparos na tubulação do piscinão foi tomada para salvaguardar a imagem pública da Arena e a confiança de seus frequentadores."

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.