Opinião: Temer e dirigentes do Inter precisam aprender com colombianos
Uma competição para medir quem é mais sem noção entre dirigentes do Inter e Michel Temer provavelmente terminaria empatada. Impressionante como eles conseguiram dar vexame e fazer os brasileiros passarem vergonha num momento em que só precisavam ser solidários.
Não tem cabimento o presidente da República resolver entregar medalhas aos familiares das vítimas da tragédia aérea no aeroporto de Chapecó adiando ainda mais o momento de os parentes começarem a velar os corpos de seus entes queridos. A tal homenagem poderia ficar para depois. Alguém lá quer saber de medalha numa hora dessas? Os parentes querem sossego para chorar suas perdas, não holofotes e pompas.
E se o presidente queria mostrar solidariedade, deveria ir até a Arena Condá, não provocar o deslocamento dessa gente sofrida. Quem vai se preocupar com vaia nessas horas?
Michel calculou tão mal seu gesto quanto o presidente do Inter, Vitório Píffero, ao pedir que o Brasileirão não termine e afirmando que, nesse caso, o rebaixamento de seu time, hoje na zona de descenso, não seria uma boa solução. Antes dele, Fernando Carvalho, outro cartola do clube, disse que a equipe vive sua tragédia particular. Sério, falou que rebaixamento é trágico, depois do que aconteceu na Colômbia.
Como passou pela cabeça da dupla que o discurso patético poderia colar? Como eles não pensaram na vergonha que passariam? Assim como Temer, não foram realmente sensíveis com as famílias das vítimas. Os três personagens não tiveram bom senso para se tocar de que nada é mais importante do que o respeito aos familiares das vítimas da verdadeira tragédia. E de que qualquer indício de que alguém quer tirar proveito da situação causa repulsa.
Após protagonizarem atitudes tão absurdas, parece que o trio não viu o exemplo dado pela torcida do Atlético Nacional. Se viu, não entendeu a simplicidade e a força da mensagem enviada por quem seria rival da Chapecoense. Eles nada aprenderam.
Atualização
Depois de anunciar que homenagearia as famílias no aeroporto e de ser criticado pelo pai de uma das vítimas, Temer foi ao velório na Arena Condá. O presidente alegou que não confirmou sua ida antes por questões de segurança.
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