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Andrade acena com 'governo de coalizão' para escapar de impeachment

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19/02/2017 07h33

Em busca de apoio contra o pedido de seu impeachment, Roberto de Andrade tem acenado por meio de colaboradores com um "governo de coalizão" caso permaneça no cargo. A proposta é aproximar da gestão não só aliados de Andrés Sanchez que se afastaram dele, mas também líderes da oposição. Os nomes mais influentes seriam convidados a participar da gestão.

O pedido de afastamento será votado nesta segunda no Conselho Deliberativo e se for aprovado ainda terá que ser ratificado pelos sócios.

Aproximadamente 200  dos cerca de 344 conselheiros do clube já foram abordados pela defesa do presidente corintiano em busca de apoio. O pedido vem geralmente acompanhado de uma promessa de mudança na maneira de o dirigente administrar o clube. A partir de terça-feira, caso vença no conselho, ele passaria a ouvir mais os membros do órgão. Líderes históricos teriam participação ativa em decisões estratégicas, como em relação à Arena Corinthians.

Conselheiros, principalmente do grupo Renovação e Transparência, capitaneado por Andrés Sanchez, se queixam de que o presidente não ouve conselhos antes de tomar decisões importantes e que se afastou do clube, pois costuma despachar na loja de carros na qual tem participação societária e trabalha.

Se o impeachment for aprovado também pelos sócios, André Luiz Oliveira, primeiro vice, assume com a obrigação de marcar nova eleição.

O afastamento é pedido porque o cartola teria prejudicado a imagem do clube ao assinar documentos com datas anteriores à sua eleição se tornando alvo de inquérito sobre crime de falsidade ideológica, além de ser acusado de se recusar a entregar documentos solicitados por conselheiros. O dirigente diz que houve um erro de datas sem dano ao Corinthians e nega a recusa em relação à papelada.

A comissão que analisou o pedido não recomenda o impeachment, mas pede uma advertência por escrito ao presidente.

Sobre o Autor

Ricardo Perrone é formado em jornalismo pela PUC-SP, em 1991, cobriu como enviado quatro Copas do Mundo, entre 2006 e 2018. Iniciou a carreira nas redações dos jornais Gazeta de Pinheiros e A Gazeta Esportiva, além de atuar como repórter esportivo da Rádio ABC, de Santo André. De 1993 a 1997, foi repórter da Folha Ribeirão, de onde saiu para trabalhar na editoria de esporte do jornal Notícias Populares. Em 2000, transferiu-se para a Folha de S.Paulo. Foi repórter da editoria de esporte e editor da coluna Painel FC. Entre maio de 2009 e agosto de 2010 foi um dos editores da Revista Placar.

Sobre o Blog

Prioriza a informação que está longe do alcance das câmeras e microfones. Busca antecipar discussões e decisões tomadas por dirigentes, empresários, jogadores e políticos envolvidos com o futebol brasileiro.